| 30/12/2003 11h43min
O Banco Central prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro crescerá 3,5% em 2004, segundo relatório trimestral de inflação divulgado nesta terça, dia 30. Para 2003, a autoridade monetária reduziu seu prognóstico de crescimento de 0,6% para 0,3%. Se a taxa se confirmar, será a menor desde 1998, quando a economia expandiu-se apenas 0,1%. A projeção para a inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2004 também foi revista, de 3,9% para 4,5%. mas manteve-se abaixo da meta do governo, de 5,5%.
O BC divulgou ainda sua primeira previsão de inflação para 2005, de 4%.
– A existência de capacidade ociosa na economia, o ambiente externo favorável e as expectativas sob controle sugerem a construção de um cenário que combina o cumprimento das metas para a inflação com a recuperação sustentada da atividade econômica – disse o BC no relatório.
Para o BC, a expansão em 2004 será sustentada pela recuperação da demanda interna – influenciada positivamente pela queda dos juros –, pela recuperação das expectativas e dos rendimentos reais.
– A queda na projeção para o crescimento do PIB em 2003... deve-se, em grande parte, às estimativas divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) até o terceiro trimestre, que incorporam mudanças metodológicas e revisões – explicou o BC.
A economia brasileira entrou em recessão no primeiro semestre do ano e no terceiro trimestre frustou as expectativas do mercado de uma retomada mais significativa. Embora tenha mostrado uma pequena expansão de 0,4% em relação ao segundo trimestre, o PIB caiu 1,5% quando comparado ao terceiro trimestre de 2002.
O BC ressaltou que, apesar do fraco desempenho que deverá ser visto em 2003, "na margem a economia vem se recuperando''.
O Banco Central afirmou que mesmo com a recuperação prevista para 2004 a inflação se manterá sob controle devido a um cenário econômico ''virtuoso'', que inclui a ``evolução favorável dos principais condicionantes da evolução da dívida líquida, refletida na trajetória declinante da Selic, na estabilidade da taxa de câmbio e na continuidade de obtenção de bons resultados fiscais em todos os segmentos do setor público''.
As informações são da agência Reuters.