| 07/12/2003 15h26min
A segunda sessão de final de semana do plenário do Senado para dar mais rapidez à tramitação da PEC paralela da reforma da Previdência manteve o quórum registrado no sábado de 24 senadores presentes em Brasília. Também como a sessão de sábado, pouco se falou sobre a proposta alternativa de reforma em si. Os discursos na tribuna do Senado trataram dos mais variados temas: desde a recriação da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia à redução da maioridade penal. A PEC paralela só foi tema de discussão já no final da sessão, quando o senador Efraim Moraes (PFL–PB), líder da minoria no Senado, revelou sua descrença de que o governo tenha real interesse na aprovação da proposta alternativa de reforma.
– Nós vamos votar a PEC 77 e vamos votar por unanimidade, mas não acredito que o governo do presidente Lula vá cumprir a PEC paralela – disse.
Diante do desafio, coube ao senador Paulo Paim, um dos principais articuladores do conteúdo final da PEC paralela,
defender o governo e a proposta.
– Ninguém tem dúvida de que o Senado vai votar a matéria. Há dúvidas, e é normal que a oposição questione isso, sobre a tramitação na Câmara dos Deputados, mas já conversei com o presidente João Paulo Cunha e ele me garantiu que há interesse em fazer com que a PEC paralela também tramite rapidamente por lá – disse.
Efraim insistiu na dúvida e Paim garantiu ter convicção de que não só a PEC paralela, mas também a proposta original do governo já aprovada em primeiro turno, e a reforma tributária serão votadas antes do Natal pelos senadores.
– E a Câmara vai cumprir o seu papel – disse.
Animado com o quórum da sessão de final de semana, o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante, confirmou as expectativas do senador petista. Mercadante calcula que com as sessões de final de semana será possível votar a PEC paralela em primeiro turno no próximo domingo, dia 14. O quórum para abertura de sessão foi de longe superado, mas
ainda resta a dúvida se haverá um número seguro
de senadores no próximo final de semana em Brasília para garantir a votação de uma matéria tão importante. Para aprovar uma emenda à Constituição são necessários votos de 49 dos 81 senadores.
As sessões também acabam ajudando na contagem de prazos para a tramitação da reforma tributária. Mercadante avaliou que na quarta, dia 10, os senadores poderão votar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) as chamadas emendas de plenário apresentadas à reforma tributária durante a discussão da proposta. Encerrada esta fase, o líder governista acha que é possível votar a matéria em primeiro turno na quinta, dia 11. Se o calendário do senador for confirmado, o segundo turno pode ser realizado em 19 de dezembro.
Com informações da Agência Brasil.