Em sua visita a Damasco, na Síria, nesta quarta, dia 3, a missão brasileira deverá expressar o interesse do empresariado nas obras de reconstrução do país, além de firmar acordos de cooperação nas áreas de ciência e tecnologia e turismo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que inicia nesta quarta pela Síria um roteiro por cinco países árabes, ficará hospedado com a primeira-dama Marisa Letícia no Palácio de Tichrin, reservado pelo governo para visitantes ilustres. Ao meio-dia, terá um encontro fechado com o presidente Bachar al-Assad, no Palácio do Povo, sede da administração síria. Meia hora depois, a reunião será ampliada, com a incorporação de ministros dos dois países. À noite, o casal será recebido por Al-Assaf e pela primeira-dama Alma no Palácio Damasceno.

Nesta terça, dia em que embarcou para o Oriente Médio, Lual declarou que o Brasil apóia a iniciativa organizada pela sociedade civil de Israel e da Palestina em busca da paz na região. Em sua viagem, o presidente não visitará a zona de conflito, mas, durante a estadia no Egito,  vai se encontrar com o premiê palestino, Ahmed Korei, para expor de forma clara sua posição de defesa da paz no Oriente Médio.

– Nutrimos a esperança de que Israel e Palestina trabalhem conjuntamente em favor de uma solução pacífica do conflito, por meio de concessões recíprocas. Somente pela via da negociação e do diálogo se poderá alcançar uma paz duradoura – afirma o presidente.

Por meio de nota oficial, o presidente disse que a proposta "representa um passo positivo e inspirado para a região". O plano de paz que está sendo discutido em Israel e na Palestina foi elaborado por membros da própria sociedade civil, após dois anos de negociações secretas entre ex-políticos palestinos e israelenses. Intitulado de "Iniciativa de Genebra", o plano foi lançado na Suíça e tem apoio da comunidade internacional. A iniciativa prevê que seja criado um Estado palestino com base nos territórios invadidos em 1967 por Israel, além de apresentar a sugestão de dividir Jerusalém e limitar o retorno de refugiados palestinos a Israel. O encontro de Lula com o premiê palestino será na próxima terça, dia 9, no Cairo.

Lula é o primeiro chefe da Estado brasileiro, depois de 130 anos, a visitar o Oriente Médio. Antes dele, apenas o imperador Dom Pedro II realizou visita de caráter particular. O presidente brasileiro vai à Síria, ao Líbano, aos Emirados Árabes, ao Egito e à Líbia. Ele viaja acompanhado de uma delegação de representantes de 45 empresas e, além de discutir assuntos de interesse político, vai concentrar suas ações em negociações comerciais. O Oriente Médio é hoje responsável por apenas 3% das vendas externas brasileiras, e Lula quer implementar as trocas comerciais com a região.

Com informações da Agência Brasil.