| 05/03/2001 12h02min
O ministro da Agricultura, Marcus Vinicius Pratini de Moraes, disse que o Rio Grande do Sul poderá voltar a ter de vacinar seu rebanho bovino contra a febre aftosa se não houver apoio irrestrito de pecuaristas e da Secretaria da Agricultura para garantir a defesa contra a doença nas fronteiras gaúchas. Em entrevista à Rádio Gaúcha, Pratini afirmou que técnicos do ministério estarão no Rio Grande do Sul nesta quarta-feira para discutir medidas preventivas com os produtores e governo gaúcho. De acordo com Pratini, o programa interno de erradicação da aftosa está indo muito bem, mas está sujeito a “acidentes de percurso” devido às dimensões continentais do país. – A decisão de voltar a vacinar o rebanho cabe ao conjunto da sociedade gaúcha – disse o ministro. A retomada da aplicação de medicamento no rebanho gaúcho poderá fechar as portas do mercado norte-americano por no mínimo dois anos. A vacinação também poderia prejudicar o envio futuro de carne fresca ao Japão e à Comunidade Européia. Segundo Pratini, mais de 120 milhões de cabeças de gado em todo o país estão em áreas livres de aftosa, com e sem vacinação. O Circuito Pecuário Sul, que engloba Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, é área livre da doença sem vacinação. O governo federal vem desenvolvendo ações conjuntas com o Paraguai, Bolívia e Argentina para evitar que a aftosa chegue ao Brasil através de suas fronteiras. Apesar disso, o ministro acha que essas medidas devam ser fortalecidas para elevar sua eficácia no controle da doença. – A responsabilidade é do governo federal, mas a execução é descentralizada, cabendo aos Estados engajamento e determinação no cumprimento da política de sanidade animal – ressaltou Pratini. O ministro sugeriu ainda uma forte campanha de conscientização da população e uma reestruturação de secretarias e associações de produtores – para facilitar o rastreamento do rebanho brasileiros – como medidas complementares ao programa de erradicação da febre aftosa.