| 30/10/2003 09h40min
O Banco Central divulgou nesta quinta, dia 30, a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que reduziu a taxa Selic de 20% para 19%. No texto, o Copom afirma ver espaço para continuar reduzindo a taxa básica de juros, embora permaneça monitorando com atenção o processo de recuperação da atividade econômica. De acordo com o comitê, os principais impactos sobre a atividade das reduções na taxa de juros básica ocorridas no terceiro trimestre deste ano ainda estão começando a se materializar.
O Copom acredita ser importante manter o acompanhamento do processo de retomada da economia para que ela continue a ocorrer de forma balanceada sem a geração de pressões inflacionárias, mas pondera que "com a consolidação progressiva das perspectivas favoráveis observadas recentemente para a inflação no médio prazo, o Copom avalia que deverá continuar havendo espaço para quedas adicionais da taxa Selic no futuro".
Desde junho, tendo a inflação sob controle, o BC reduziu a taxa básica de juros em 7,5 pontos percentuais. O corte de outubro, no entanto, foi menor comparado aos dos dois meses anteriores.
O comitê manteve sua avaliação de que a aceleração da inflação em setembro correspondeu somente a um repique temporário em função de problemas de entressafra e a reajustes de preços administrados. Mas, considerando que os efeitos da entressafra ainda não se esgotaram, ele avalia que ainda pode haver pressão sobre a inflação no curto prazo.
O Copom também afirmou que as projeções para a inflação nos próximos 12 meses e em 2004 se elevaram em relação a setembro. Embora não tenha revelado valores, o comitê disse que as estimativas se mantêm abaixo da meta.
Apesar da previsão de leve alta inflacionária, o comitê mostra otimismo com o cenário para os reajustes salariais, uma preocupação para o Banco Central nas atas anteriores, já que as negociações ocorridas desde então e as perspectivas para os próximos dissídios "sugerem
que a recomposição salarial vem se
dando em níveis inferiores à inflação acumulada nos 12 meses anteriores, embora acima da inflação projetada para os 12 meses seguintes".
As informações são da agência Reuters.