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O presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha (PT-SP), anunciou na noite desta segunda, dia 4, que o governo deve mesmo levar a reforma da Previdência ao plenário da Câmara dos Deputados nesta terça, dia 5. A decisão foi tomada antes mesmo do término da reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os ministros Luiz Gushiken (Comunicação de Governo), José Dirceu (Casa Civil), Ricardo Berzoini (Previdência) e deputados da base governista. Cunha anunciou que a discussão em plenário começará às 10h30min. A idéia é preparar para quarta, dia 6, o início da votação do texto-base em primeiro turno, ressalvados os destaques para votação em separado, que ficarão para a próxima semana.
A reunião desta segunda terminou sem que fosse tomada decisão sobre os temas mais polêmicos na proposta de reforma da Previdência. De acordo com o vice-líder do governo, deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), Lula continua irredutível na questão do subteto para o Judiciário nos Estados.
– O presidente aceita um percentual de até 85% (do salário de um ministro do Supremo Tribunal Federal) – disse Albuquerque, ao reforçar que o subteto de 90,25% exigido pelo Judiciário não deve ser atendido.
O deputado informou que a reunião avançou na discussão de outros itens, como o valor das pensões e regras de transição para a idade da aposentadoria dos servidores.
Às 10h desta terça, os líderes dos partidos devem se reunir com o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, para acertar os detalhes do texto que será lido em plenário.
A decisão mobilizou os partidos da oposição, que pretendem usar de todos os recursos regimentais para prolongar a sessão desta terça e ampliar as discussões em torno da matéria. O líder do PFL, deputado José Carlos Aleluia, disse que concorda com o início dos debates, mas quer votar a matéria só na quarta-feira, quando os servidores realizarão manifestação em frente ao Congresso.