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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve encerrar a reunião mensal de julho nesta quarta, dia 23, com o anúncio da segunda redução da taxa básica de juros promovida no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Na última reunião, o Copom decidiu baixar os juros em meio ponto percentual – de 26,5% para 26% ao ano. A divergência entre os analistas ocorre sobre quanto será a diminuição. A expectativa varia de um a 2,5 pontos percentuais.
Os sinais para uma provável baixa na Selix vêm tanto de integrantes do governo como de indicadores da economia brasileira. A mais recente declaração foi dada nesta terça, dia 22, pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan. Ao participar de um fórum sobre o Plano Plurianual do Orçamento da União para os próximos quatro anos, em Belo Horizonte (MG), o ministro disse que o resultado da reunião do comitê não vai decepcionar os empresários. Segundo Furlan, a taxa de juros deve cair e, com o advento das reformas, o país deve voltar a crescer ainda neste ano.
Além da queda dos índices de preços, alguns deles registrando até deflação (variação negativa), os membros do Copom devem levar em conta em suas avaliações o forte desaquecimento do mercado interno. Pesquisa trimestral da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgada nesta terça revela que o ambiente de juros altos e queda do consumo frustrou as expectativas dos empresários industriais no início de julho, que agora se mostram menos otimistas em relação à economia do que há três meses. O levantamento indica ainda que a deterioração da renda e do consumo depois de meses de juros elevados derrubou no segundo trimestre a produção da indústria. O nível de utilização da capacidade instalada caiu em média para 68%, patamar mais baixo desde o segundo trimestre de 1999, segundo a sondagem.
O perigo de estagnação também ronda o comércio varejista. De acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), as vendas do setor em valores reais, ou seja, deflacionadas pelo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), fecharam o semestre com queda de 1,11% se comparadas ao mesmo período do ano passado. Com relação a maio, o recuo registrado foi de 8,16%.
De acordo com o presidente da associação, João Carlos de Oliveira, para que uma projeção otimista de crescimento do faturamento chegue a 1% no final do ano, o setor depende de fatores macroeconômicos como a queda na taxa de juros, por exemplo.
A decisão do Copom deve ser anunciada no início da tarde.