| 05/02/2011 13h08min
Um mar seguro para todo mundo. Esse é o desejo do grupo de 87 pessoas liderado por Neusa Rufatto. Ela é mãe do surfista Tiago Rufatto, 18 anos, que morreu enrolado em redes de pesca em novembro do ano passado. Na manhã de hoje, a ONG fundada pela família, a Mar Seguro, fez sua primeira ação na praia de Atlântida. Eles querem percorrer todo o litoral norte explicando a importância de ter áreas com demarcações específicas para pesca, surf e banho.
— É pelo amor ao meu filho e aqueles que gostam do mar que estou fazendo isso. Depois de sentir a dor da perda, percebi que as praias gaúchas estão à deriva. Precisamos mobilizar as pessoas e agir — pontua Neusa.
Sentado na arreia com seus filhos Nicolas, 4 anos, e Martina, 2, o médico Fernando Kronbauer, 35 anos, de Porto Alegre, acompanhava a movimentação. Ele surfa em praias gaúchas há pelo menos 25 anos. Orgulhoso, conta que o filho já brinca com a prancha no mar. Ele, que já ficou preso em um calão (barra que segura redes no mar), defende a demarcação.
— E essa demarcação deve ser de áreas muito largas. Aqui no sul, devido as fortes correntes, muitas vezes somos levados a longas distâncias muito rápido — diz o médico, que ainda destaca que as regras devem ser cumpridas e fiscalizadas também fora do veraneio. É o período em que a praia fica vazia, entregue apenas a surfistas e pescadores.
O Ministério Público fechou acordo com os pescadores para que não coloquem redes na praia até março. Nessa semana, um grupo formado pelo MP, pescadores e surfistas começou a percorrer as praias do Litoral Norte. O objetivo é discutir a melhor forma de fazer as demarcações.