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 | 19/01/2011 11h40min

Em 20 horas, chuva em Torres quase atinge a média histórica do mês inteiro

Segundo a Defesa Civil, já são 10 pontos de alagamento, mas não há desabrigados

Atualizada às 14h38min

A chuva que alagou ruas de Torres acumulou um total 170,63 mm em 20 horas, o que corresponde a 96% da média histórica para todo o mês de janeiro, segundo a meteorologista da RBS Estael Sias. A situação segue preocupante. Conforme a Defesa Civil do município, já são 10 pontos de alagamento, mas não há desabrigados.

Confira abaixo algumas perguntas já respondidas por Estael sobre o clima. O leitor pode enviar mais questões que serão discutidas ao vivo pela meteorologista, hoje, a partir das 17h30min, em zerohora.com. Participe do mural clicando aqui.


Em Arroio do Sal, ainda há água no interior de algumas moradias. Foto: Jean Schwarz

Por que tem ocorrido eventos extremos de chuva?

"Em primeiro lugar essa é uma condição típica de verão em que as altas temperaturas associadas a eventual disponibilidade de umidade provoca eventos isolados de chuva forte, acompanhados de temporais. No entanto, o que temos observado em pontos da Grande Porto Alegre, Litoral de Santa Catarina e litoral norte do Rio Grande do Sul são eventos de chuva forte, mas sem registro de raios e ventos muito intensos. O que explica em parte a ocorrência desses fenômenos é a temperatura da água do mar junto a costa acima da média, que neste momento está em torno de 2°C a 3°C acima da média.

A água do mar aquecida junto a costa, favorece a maior disponibilidade de umidade para os fenômenos meteorológicos que atuam na faixa leste, seja as frentes frias ou mesmo áreas de instabilidade. Com essa maior disponibilidade de água na atmosfera há uma condição mais favorável a eventos extremos em áreas localizadas. Além disso, temos a condição natural do relevo que favorece também a intensificação da chuva quando associada a umidade que vem do mar e, de certa forma, é represada junto a Serra. A Serra acaba funcionando com um mecanismo de levar a umidade para altos níveis da atmosfera, intensificando e formando nuvens de chuva.

Portanto, enquanto que o resfriamento do Oceano Pacífico (La Niña) causa impactos no clima global, o aquecimento do Oceano Atlântico tem impacto mais localizado."

Por que a água do mar está quente?

"Há algumas semanas o RS está sob influência da corrente de ventos do quadrante norte que tem mantido o abafamento durante as madrugadas e o forte aquecimento durante as tardes. A persistência dessa corrente de ventos, fez com que gradativamente passasse a predominar a corrente oceânica do Brasil que traz águas mais quentes da região tropical em direção ao litoral de SC e do RS."

Quando isso poderá mudar?

"Sob influência do fenômeno climático La Niña a tendência é de que, aos poucos, a partir da segunda quinzena de março, as massas de ar polar passem a avançar em direção ao RS, sobretudo, ao longo do mês de abril. E com a influência dos ventos do quadrante sul, a corrente oceânica das Malvinas deve trazer águas mais geladas em direção à costa provocando assim o resfriamento das águas junto à costa."

Veja um vídeo feito por leitor que mostra alagamentos em Torres:

ZEROHORA.COM

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