Verão | 18/01/2011 20h40min
Na segunda-feira, candidatos a salva-vidas civis temporários no Estado foram eliminados da seleção em função de tatuagens. Pelo menos 15 inscritos, de um total de 46, não passaram da primeira etapa por esta razão em Rio Grande.
A atitude da Brigada Militar (BM), que diz apenas haver seguido uma norma presente no edital do concurso, gerou polêmica e dividiu opiniões. A regra define que os candidatos não podem ter tatuagens que cubram ou regiões ou membros do corpo em sua totalidade e em particular a região cervical, face, antebraços, mãos e pernas, isto é, nas áreas não cobertas pelos uniformes de salva-vidas (sunga e camiseta regata).
Os leitores de Zerohora.com responderam em canal de participação se concordam ou não com a norma e reveleram suas opinões sobre o assunto. Luiz Ricardo Santos da Rosa, de Porto Alegre, foi objetivo e preferiu não entrar na polêmica da discussão:
— Se está previsto no edital, cumpra-se o edital.
Já o leitor Ricardo Marques, também da Capital, defendeu o edital argumentando que para outras profissões também existe a restrição:
— Concordo sim. Mesmo sendo temporários, eles tem que se enquadrar como qualquer outro militar. Além do mais, quem faz tatuagens deve estar preparado para ser excluído de algumas atividades profissionais. Piloto de aeronave comercial, comissário de bordo etc, também sofre restrições com o uso de tatuagens, piercing, cabelo moicano.
Outros leitores, entretanto, revelaram que discordam da norma. Alguns que moram fora do Brasil e acompanham a Zerohora.com relataram o que acontece no país onde estão, como no caso de Marcos Keller, morador de Christchurch, na Nova Zelândia:
— Os brasileiros que impõem essas regras absurdas tipo essa teriam que vir morar um tempo aqui para aprenderem como viver. Ninguém se importa com esse tipo de "bobagem" aqui. Mulheres dirigem ônibus e caminhões, pessoas tatuadas trabalham em todos os lugares e isso não faz com que eles sejam diferentes.
Grande parte das pessoas que se posicionaram contra a eliminação dos candidatos a salva-vidas destacaram que a atitude foi de preconceito:
— Tatuagem não muda caráter e nem desqualifica ninguém. O que uma pessoa faz com que seu corpo tem a ver apenas com ela mesma e com mais ninguém. Respeito às diferenças é algo que já deveria ser praticado há muito tempo pela sociedade. É triste, em pleno 2011, ter que ver esse tipo de atitude – opinou a leitora Nicole F., de Porto Alegre.
Em Rio Grande, pelo menos 15 dos 46 inscritos foram reprovados em virtude da norma presente no edital
Foto:
Roberto Witter
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Especial