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 | 01/12/2010 09h31min

Cerâmica catarinense fecha 2010 com lucros que devem ser ainda maiores em 2011

Empresas do Sul do Estado confirmam investimentos para garantir crescimento no próximo ano

Ana Paula Cardoso  |  ana.cardoso@diario.com.br

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O otimismo marca o final de ano da cerâmica catarinense. A Cecrisa/Portinari, de Criciúma, é um exemplo do clima. A empresa deve fechar 2010 com um crescimento de 10% no faturamento em relação ao ano anterior. E prevê uma alta de 17% em 2011. A meta é tirar proveito do mercado aquecido e da facilidade de financiamentos no setor de construção civil para crescer e consolidar seu espaço na produção de porcelanatos.

Para 2011, a expectativa de crescimento do setor é de 6%, fruto dos investimentos que se consolidaram no segundo semestre deste ano, segundo presidente do Sindicato das Indústrias de Cerâmica de Criciúma e Região (Sindiceram), Otmar Müller. Os novos investimentos só terão seus frutos colhidos no final do ano que vem.

— Este ano, a isenção do IPI na construção foi um fator contribuinte porque beneficiou o consumidor. Os investimentos na construção civil, tanto do governo federal quanto da própria indústria privada foram positivos. Na indústria da construção, as linhas de financiamento a longo prazo nos beneficiaram demais — comemora.

Em 2010, a Portinari investiu R$ 23 milhões em um sistema digital de impressão e na linha de produção de grandes formatos de porcelanato. E em 2011, a unidade 2, em Tubarão, deverá ter sua capacidade de fabricação de porcelanato aumentada, um investimento correspondente a R$ 50 milhões, o que vai refletir na produção total das cinco unidades da empresa pelo Brasil. Dos atuais 30 milhões de metros quadrados ao mês, haverá um aumento para 36 milhões de metros quadrados mensais.

— Nos últimos oito anos apostamos na redução de custos e inovação tecnológica para enriquecer o mix de produtos. Agora, partimos para o investimento em aumentar a produtividade — explica o presidente da empresa, Rogério Sampaio.

Com mais de 90% da produção voltada para o mercado interno, 2011 deve ser um ano em que a exportação receberá um pouco mais de atenção. Apenas 8% da produção sai do Brasil em razão de dificuldades cambiais.

— Precisamos nos preparar para crescer no exterior. Somos o segundo país produtor de cerâmica e colocamos à venda a US$ 10 o metro quadrado de nosso produto top lá fora. Vimos mercados prósperos no Conesul, Médio Oriente, Europa e América do Norte. Mas as oportunidades reais de bons negócios no Conesul e na América do Norte estrategicamente — destaca Sampaio.

Müller, do Sindiceram, afirma que o nível atual de produção e de vendas é o maior dos últimos cinco anos. As cerâmicas do sul catarinenses encerram 2010 com 82 milhões de metros quadrados de revestimentos produzidos e vendidos, resultado atribuído ao crescimento do mercado nacional.

O mercado interno foi a alternativa para compensar as quedas expressivas de exportação entre 2005 e 2010. Com a valorização do real, o produto catarinense tornou-se mais caro, e como consequência houve a redução de mercado americano para os brasileiros.

Pisos em alta definição

Os investimentos da Portinari resultaram em peças com alta definição de imagem e qualidade comparada à de fotografias, impressão em peças com relevo, impressão digital e aumento do tamanho dos revestimento. Com um equipamento italiano, comparado no final de 2009, a Inkjet, a linha de produção ganhou em eficiência e riqueza de detalhes dos desenhos, avalia o supervisor administrativo Everaldo Pavei.

— Tivemos efeitos surpreendentes com a qualidade da imagem. Se o mercado continuar assim exigente em breve a linha de produção estará completamente digitalizada — prevê.

Para chegar a esse patamar de inovação, o diretor de vendas Paulo César Benetton explica que um mesmo caminho é trilhado há cerca de 10 anos: seguir tendências, o que tornou a empresa uma referência em lançamentos de novidades.

— Querer fazer nos impulsiona a ir atrás do método. E ter tecnologias inovadoras nos faz sair na frente e nos credencia para liderança e formar opinião, o que acontece, em 70% das vezes, nos pontos de vendas e é decisivo.

O gerente de marketing e produto, Gelcy Pizzollo Torquato considera que o mercado é um só, apesar de a Portinari produzir produtos de maior qualidade, e a Cecrisa de preços mais acessíveis. A expansão desse mesmo mercado para ambos os produtos vai depender das políticas de financiamentos para 2011, até agora considerada positiva.

— Esperamos que essa política seja mantida, sem desoneração tributária e uma certa redução no IPI. Devemos nos preocupar com a política interna. A China não nos assusta, mas, sim, gera oportunidades. A diferença dos produtos é grande e o consumidor enxerga isso — avalia Benetton.

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