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 | 17/11/2010 23h34min

Santa Catarina cresce menos que a média nacional, revela IBGE

Economia cresceu 3% e PIB do Estado somou R$ 123,2 bilhões entre 2007 e 2008

Alícia Alão  |  alicia.alao@diario.com.br

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A economia catarinense cresceu 3% entre os anos de 2007 e 2008, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O desempenho ficou abaixo da média nacional, que cresceu 5,2% no período, mas o Estado mantém a maior renda per capita do Sul e está em quarto lugar no ranking nacional, com R$ 20,3 mil.

O Produto Interno Bruto (PIB), que representa a soma das riquezas produzidas numa determinada região durante um período determinado, somou R$ 123,2 bilhões, o que representa 4,1% do PIB nacional. A soma é maior do que a estimativa prevista anteriormente em R$ 119 bilhões.

Com o resultado, Santa Catarina ultrapassou a Bahia e ocupa a 6ª posição no ranking nacional. Mas o Estado vem crescendo sistematicamente abaixo da média brasileira nos últimos anos.

Com exceção de 2003, quando a variação do PIB em SC foi de 7,5% e a do Brasil ficou em 5,7%, e de 2007, em que a variação ficou em 6% tanto no país quanto em SC, nos outros anos, o Estado teve desempenho próximo à metade da média nacional.

O secretário de Planejamento Vinícius Lummertz credita o baixo desempenho da economia catarinense em 2008 à valorização do real frente ao dólar e ao início da crise financeira. A moeda americana caiu de R$ 3 para R$ 1,9 entre 2003 e 2008. Nesse período, as exportações pularam de US$ 3,16 bilhões para US$ 7,4 bilhões, mas a participação no PIB estadual caiu de 17% para 13,7% no período.

— Projetamos 5% de crescimento e ficamos com 3%. Não temos perfil de exportação de commodities, somos o terceiro maior exportador de produtos de valor agregado. Sofremos com o câmbio e a competição estrangeira — observa o secretário.

Lummertz acredita que em 2009 o PIB fique pouco acima de 0,4% e, para 2010, projeta 7% de crescimento, assim como o Brasil.

Indústria cresceu 0,1% em 2008

Entre os setores, o de serviços cresceu 4% e representou 57,52% da economia estadual. O comércio cresceu 6,6%, enquanto a intermediação financeira aumentou 9,9% e o transporte rodoviário cresceu 8%.

O presidente da Federação do Comércio, Bruno Breithaupt, destaca que a participação dos serviços no PIB estadual é menor do que a média nacional, em que o setor contribuiu com 66,19% do PIB do país.

— Há espaço para crescer — observa Breithaupt.

Já o setor industrial, que representa 34,44% do PIB estadual, cresceu apenas 0,1%. A indústria extrativista cresceu 32% e a construção civil 7,5%, mas a indústria de transformação caiu 1,5%.

O diretor de relações institucionais da Federação das Indústrias (Fiesc), Henry Quaresma, lembra que nos anos anteriores a 2008 houve um crescimento maior. Além disso, foi a época pré-crise financeira mundial. A exportação foi dificultada em 2008 e a produção industrial caiu 0,7%, puxada pelo setor de madeira, com queda de 26%.

— O grande elemento que gera riqueza é a indústria, que agrega valor. Há a necessidade de manter investimentos em condições adequadas no Estado, quanto à logística, infraestrutura, custo do gás natural (que estava elevado em 2008), entre outros fatores — afirma Quaresma.

A agropecuária, que contribuiu com 8,04% do PIB em 2008, cresceu apenas 4%. O secretário de Agricultura Enori Barbieri lembra que no ano anterior, em 2007, fechou-se o mercado russo para a carne suína, em função da febre aftosa no Paraná. Caiu de 250 mil toneladas por ano para 100 mil toneladas.

Barbieri destaca que os preços agrícolas estavam ruins desde 2008, com recuperação somente a partir de agosto deste ano. Além disso, em 2008 houve problemas climáticos como a seca no Oeste e as inundações no Litoral e Vale do Itajaí.

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