| 09/11/2010 13h50min
O diretor para o Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário Internacional (FMI), Nicolas Eyzaguirre, disse hoje que seria oportuno que o Brasil evite o superaquecimento da economia no próximo ano. Segundo ele, um crescimento de 7,5% do PIB (Produto Interno Bruto), na atual conjuntura, não é sustentável.
Ele ressaltou que, com mudanças estruturais na economia, a fim de garantir um aumento da produtividade no médio prazo, pode ser que o PIB potencial do Brasil cresça.
Otimista com as perspectivas de expansão do Brasil e o bom momento registrado pela economia, Eyzaguirre ressaltou que o principal desafio do País é manter o crescimento em bases sustentáveis por vários anos.
— É preciso ter cuidado, porém, com o superaquecimento, pois ele pode trazer efeitos negativos. Entre eles, um avanço muito grande do consumo, o que pode elevar bem o déficit em transações correntes ao longo dos próximos anos — comentou.
Na avaliação de Eyzaguirre, que palestrou no evento Brazil Summit 2010, o próximo governo deveria prestar atenção especial com o uso de "ferramentas" de administração de política econômica. Ele também destacou que o crescimento exagerado do nível de atividade pode trazer um problema preocupante, que é o risco do surgimento de uma bolha de crédito.
Segundo ele, tal fato poderia surgir a partir de um expressivo aumento do consumo das famílias. No entanto, ele ponderou que o Brasil não passa por tal problema neste momento.