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 | 08/11/2010 20h54min

Morte de surfista: MP vai investigar instalação de placas em Capão da Canoa

Promotoria vai ouvir surfistas, pescadores e autoridades locais

O Ministério Público vai investigar se as placas sinalizadoras de área de pesca e de surfe colocadas à beira-mar, em Capão da Canoa, na última quarta-feira — dois dias após a morte do surfista Thiago Rufatto, 18 anos —, poderiam ter sido instaladas há mais tempo. O jovem Tiago Rufato, 18 anos, se afogou ao ficar preso numa rede de pesca em Capão da Canoa, em 1º de novembro.

No sábado, Zero Hora revelou que as placas teriam sido entregues ao município pelo fabricante pelo menos 18 dias antes de Rufatto morrer afogado.

O primeiro passo da promotoria é reabrir o inquérito civil público 54/2003. Instaurado com o objetivo de ouvir surfistas, pescadores e autoridades locais, o inquérito resultou num termo de ajuste de conduta que prevê, entre outras coisas, a responsabilização do município pela demarcação das áreas de pesca e surfe, confecção de placas e fiscalização.

— Todos os elementos que envolvem este fato trágico (morte de Rufatto) serão esclarecidos, até porque devemos verificar eventual descumprimento do termo de ajuste de conduta em vigor no município — anunciou ontem a promotora Caroline Gianlupi, responsável pela 3º promotoria de Justiça de Capão da Canoa.

> Veja como é a demarcação na área central de Capão de Canoa

ROTINA TRÁGICA
ABRIL DE 1988
Redes mataram 49 surfistas desde 1978, uma morte a cada oito meses. Capítulos dessa história:
- Um surfista de 16 anos morre em Capão, dois meses depois de a prefeitura proibir a pesca por causa do risco para esportistas.
FEVEREIRO DE 1991
- Em pleno fim de semana de verão, Fábio Lima, 18 anos, morre em uma área não destinada à pesca em Balneário Pinhal.
JULHO DE 2002
- No mesmo fim de semana, dois surfistas morrem, um em Cidreira e outro em Nova Tramandaí. Os casos expõem a falta de fiscalização das áreas de pesca.
JUNHO DE 2004
- ZH noticia: “Surfista morre preso a cabo de pesca”. A vítima é Daniel Silva, 20 anos, morto em Rainha do Mar. O episódio revela o descumprimento da lei que prevê placas indicativas.
MAIO DE 2005
- Menos de um ano depois, o mesmo título se repete em ZH: “Surfista morre presa a cabo de pesca.” Dessa vez, a vítima é Júlia Rosito, 21 anos, morta em Cidreira.
ABRIL DE 2009
- Lucas Dias, 22 anos, morre em Capão Novo, e os surfistas desencadeiam mais uma campanha para melhorar a delimitação.

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