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Tricolor vai para o tudo ou nada contra o Figueirense

Eliminado da Libertadores, time volta toda atenção ao Brasileiro

O destino é mesmo ardiloso. Estivesse nas semifinais da Libertadores, o jogo da tarde deste domingo, dia 1º, contra o Figueirense, em Florianópolis (SC), teria a mesma utilidade de saber quantos grãos há em um saco de arroz. Mas isso era antes da derrota por 2 a 1 para o Independiente, na Colômbia. Agora, vale até colocar Christian lesionado em campo para vencer e sair do incômodo 17º lugar na tabela do Brasileirão.

No dia seguinte à tragédia de Medellín, o médico Paulo Rabaldo diagnosticava, no café da manhã do hotel:

– Vou vetar o Christian. Não tem como.

Depois de conversar com o atacante, ele e o vice de futebol, Luiz Eurico Vallandro, mudaram de idéia. Apesar do risco de a contratura muscular na parte posterior da coxa direita evoluir para uma distensão, o centroavante estará no Orlando Scarpelli – a menos que uma decisão de última hora o tire da partida. É ordem presidencial. Depois da derrota na Libertadores, Flávio Obino mandou que o jogo fosse encarado como crucial, fundamental, essencial, sabe-se lá de onde retirando forças.

Mas há problemas. Se perder, dependendo dos resultados da rodada, o Grêmio pode se meter na zona de rebaixamento. Ninguém crê que tal desgraça se abaterá sobre o clube no ano do Centenário, mas perambular por ali é sempre motivo de desgaste e pressão. E a ordem é voltar à Libertadores, a velha e justa obsessão tricolor. Portanto, é preciso ser campeão, vice ou terceiro colocado.

O capitão Roger está suspenso pelo terceiro cartão amarelo. Douglas, que se integrou à delegação em Florianópolis, ao lado dos juniores Edu (volante) e Rodrigo (atacante), será o substituto. Fabri, expulso na derrota por 2 a 1 em casa para o São Paulo, também retornou a Porto Alegre. Carlos Miguel entra em seu lugar. O resto do time é o mesmo que deu adeus ao sonho da tri da América no último minuto, diante de 52 mil pessoas no Estádio Atanásio Girardot, quinta-feira, embora muitos se queixem de dores nos músculos e no joelho.

É o caso de Tinga, de Claudiomiro, de Caio, de Anderson, de Luís Mário. Mas a meta a ser perseguida passa a ser reeditar 2002, quando o Grêmio passou as 10 primeiras rodadas lambendo a ponta de baixo da tabela e dali saltou para o terceiro lugar que garantiu vaga na Libertadores.

– O maior desafio no futebol é reciclar. Agora, não há duplicidade de competições. Nos resta o Brasileiro e precisamos reencontrar forças – afirmou Tite, que pode dirigir o Grêmio pela última vez em dois anos e meio de clube.

DIOGO OLIVIER / ZH

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