Para o técnico Celso Roth, não é por acaso que o Inter está na final da Libertadores da América. Na entrevista coletiva desta terça-feira, após o treino da equipe no Beira-Rio, o treinador falou com a imprensa. Ele falou que a equipe está se preparando consciente da importância da decisão:

— A gente não chegou aqui por nada. Temos toda uma logística, um ritual. No futebol e na vida temos essa manutenção da rotina. Não é a vitória ou a derrota que vão nos fazer herois ou bandidos. Estamos trabalhando, nos preparando, sabendo que é uma decisão impar — afirmou Roth.

Confira os principais trechos da entrevista do treinador colorado:

Participação do treinador

— Eu não posso medir minha participação. Quem tem de medir isso, numerar isso, são vocês. Vocês que opinam, eu trabalho.

— Vocês que acompanham o trabalho dos profissionais têm que opinar. Quando um profissional chega aqui e fala o que faz a diferença...é o trabalho. Existe o parâmetro para essa comparação, vocês podem fazer isso. É complicado falar de si mesmo.

— O segredo é chegar em um grupo de trabalho, colocar uma metodologia bem aceita pelo grupo de jogadores - o pé de obra, não a mão de obra - e encaixar. É um somatório de coisas, e vocês que fazem o setor do clube têm condição de avaliar e comparar.

— Justiça é complicado. A gente trabalha, trabalha, trabalha. A gente tem que trabalhar e tentar fazer as coisas acontecerem o mais rápido possível. Eu fui um treinador precoce, com menos de 40 anos. E se fica um determinado momento sem ganhar títulos, como vocês dizem, o título de expressão. Se for este o momento ou não, eu vou continuar fazendo o meu trabalho. Até que chegue a oportunidade de ganhar este título, se acontecer será pelo momento certo. Tomara que seja amanhã.

Sobre a partida

— Observamos o jogo, os dois jogos do Chivas contra a Universidad de Chile. Tiramos conclusões do jogo de ida, e acho que ficou claro isso. Agora temos o jogo de volta. Também observamos, obviamente que tem algumas diferenças, e são coisas que discutiremos internamente.

Favoritismo

— O Inter não é campeão de nada ainda. Nós vencemos lá porque somos profissionais, essa é a nossa diferença para vocês e para o torcedor. Nós somos profissionais. Vocês são profissionais, mas da imprensa. O torcedor pode se manifestar como torcedor, é válido. Mas o profissional não pode.

— Os jogadores não são máquinas. Eles são profissionais, aí vai de novo a diferença para o cidadão normal. Por isso eles são pessoas públicas. Eles sentem, eles ouvem, eles lêem, estão globalizados com o notebook e a internet, e obviamente sabem usar isso. A grande diferença é essa, eles têm de administrar essa situação, mas são uma elite. São elitizados. Podem não ser uma elite para se expressar, mas são geneticamente elitizados, e já são elite por estarem no Inter. Eles sabem muito bem disso, essa é a separação que eles têm de fazer, e controlam bem esse tipo de coisa. Eles sentem, mas administram.

— Se eu falei dos jogadores, isso serve também para os profissionais da comissão técnica, principalmente para quem comanda.

— Eu sei que tu quer que eu diga como eu me sinto. Mas é claro que eu não vou te dizer. Estou te enrolando aqui. Como vou dizer se estou tenso ou não? A gente sabe da nossa responsabilidade. É um dia impar, único talvez. Mas não é o Dia D. O Dia D é o último.

Mundial por mérito

— Não foi colocado pela gente jogar o Mundial porque o Chivas não pode ir. Isso é interessante porque nos coloca lá, mas será muito mais concreta se a gente conseguir ganhar a Libertadores, porque aí será por mérito. É isso que pretendemos fazer amanhã.

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