| 10/08/2010 15h48min
Renato Portaluppi chega tarde ao Olímpico. Deveria ter vindo antes. Ao contratar o seu maior ídolo em todos os tempos para comandar o time, o Grêmio corrige um erro. Tenta aprumar um desvio de rota do navio em alto mar. Era ele, e não Paulo Autuori, o nome ideal naquela reta final de Libertadores, no ano passado.
Ali, sob o comando de uma lenda, a injeção de adrenalina em cada jogador e torcedor talvez levasse o time a uma sorte melhor na semifinal contra o Cruzeiro. Tratava-se de tiro curto, perfeito para o impacto inicial do retorno de um personagem quase místico feito Renato. Mas a direção escolheu uma alternativa de longo prazo, com um perfil menos sanguíneo.
Não que a escolha por Autuori tenha sido equivocada. Não se pode condenar a escolha de um técnico tantas vezes campeão. Mas o nome ideal, naquele instante histórico, era Renato. Eu disse isso com todas as letras há um ano: o nome ideal é Renato. Agora, o Grêmio tenta reparar uma avaliação que revelou-se um erro.
Mesmo assim, nunca é tarde. Para escapar da crise e não mergulhar na doença contagiosa de seguir na zona de rebaixamento, que contamina todos os setores do clube e pode transformar o craque em medíocre, também é preciso um tiro curto. Um choque de energia que encaminhe algumas vitórias é urgente.
Estava escrito que Renato treinaria o Grêmio em algum momento. Mas o ideal era que este casamento fosse reatado há um ano, com o título da Libertadores no horizonte. O Grêmio deixou o cavalo passar encilhado, apesar de Renato esperar com ansiedade o convite. Que agora não seja tarde demais.
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