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 | 09/08/2010 07h39min

Velocidade do gramado sintético é arma do Chivas

Time mexicano quer fazer história na final da Libertadores

Leandro Behs  |  leandro.behs@zerohora.com.br

O Inter deve se surpreender com a qualidade do gramado sintético do Estádio Omnilife. Zero Hora encontrou em Guadalajara o fisioterapeuta brasileiro Carlos Peçanha, 45 anos, que trabalha no Puebla. Ele foi enfático: o material é tão moderno, que nem parece ser gramado artificial. Lembrou que os jogadores do Manchester United elogiaram o campo após perder o amistoso do último dia 30, por 3 a 2, para o Chivas, na inauguração do estádio.

É verdade que o time do Manchester está mais ambientado com o gramado artificial porque está acostumado a jogar no Emirates Stadium, do Arsenal, cuja grama é idêntica à do Omnilife. Mas o fisioterapeuta faz um alerta em especial: as condições de jogo poderão transformar a bola da Libertadores em uma nova e temível jabulani.

— O gramado é ótimo, mas deixa o jogo muito veloz. Se acrescentar a isso a altitude de 1,5 mil metros de Guadalajara e Zapopan, mais o campo úmido pelas chuvas de verão, é preciso tomar cuidado com a velocidade da bola — disse Peçanha.

Peçanha, um carioca que trabalha há 17 temporadas no futebol mexicano, e já passou por oito clubes afirma que o futebol local precisa da vitória do Chivas para crescer e consolidar um lance de marketing com o novo estádio.

Quer fazer história ao ser o primeiro clube do México a conquistar a Libertadores. O Cruz Azul chegou à final de 2001, mas perdeu o campeonato para o Boca Juniors.

— Temos que ganhar a Copa no Omnilife. Precisamos tirar vantagem como locais e ganhar a Libertadores aqui — disse o presidente do clube, Jorge Vergara.

O milionário dirigente, empresário da área de alimentos e dono do clube, costuma dizer que assumiu o Chivas para "abrir bocas" e surpreender as pessoas, não para calá-las. Não quer brigar com ninguém nem criar inimizades. Ainda assim, nessa semana, o presidente do Chivas também peitou a Federação Mexicana de Futebol, e negou-se a ceder seus jogadores para o amistoso da seleção nacional contra a campeã mundial Espanha — que será na quarta-feira, data do jogo de ida com o Inter.

— Eles jogarão um amistoso, nós, uma partida histórica — justificou.

Ex-jogador do Inter depõe contra a grama

Paulo César Silva, o Paulinho, ponteiro-direito do Inter no final dos anos 80, conhece o gramado do Omnilife. E prevê problemas de adaptação do Inter. Antes de Chivas e Manchester, ele pisou no gramado, acompanhado pelo cunhado Juan Pablo Nuñez, dono de um camarote no novo estádio do Chivas.

— O gramado é fixado com plástico e borracha, mais duro, o que torna a bola mais veloz — contou Paulinho.

Ainda que acredite na superioridade técnica do Inter sobre o Chivas, ele alerta: o gramado sintético é vantagem à velocidade do Chivas.

— Eles têm uma gurizada, são técnicos e rápidos. O Inter não pode entrar no jogo deles — disse.

Paulinho subiu no Inter em 1987, mas foi preterido por Ênio Andrade para que Heider jogasse. Foi vendido ao Corinthians em 1988. Em 1991, chegou ao México. Jogou pelo Puebla, León e San Luís. Encerrou a carreira em 1998, mudou-se para Guadalajara. Abriu a mais popular churrascaria da cidade, a Scratch do Ouro.

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