| 06/07/2010 11h50min
Foi com bom humor que o árbitro brasileiro falou sobre sua saída da Copa do Mundo, mesmo após duas boas atuações no Mundial. Carlos Simon chegou a Porto Alegre nesta manhã, acompanhado do assistente Altemir Haussman. A dupla foi recepcionada por uma verdadeira comitiva de amigos e integrantes das duas famílias.
— Voltamos porque a erva acabou. Gaúcho não vive sem chimarrão — foi logo avisando.
Simon faz um balanço muito positivo da sua atuação na África do Sul. O trio formado por ele, Haussman e o assistente Roberto Braatz apitou Inglaterra 1x1 Estados Unidos, pela primeira rodada, e Gana 0x1 Alemanha, pela terceira rodada.
— Recebi e-mails do Brasil inteiro desejando sorte, dando parabéns. Tivemos um trabalho exemplar, alcançamos média de 9.4 pela Fifa. Foram dois jogos transcendentais, o primeiro com um clima que eu nunca tinha visto, com o vice-presidente dos Estados Unidos presente, o espaço aéreo bloqueado, e no outro com um representante do continente e a poderosa Alemanha disputando vaga. Aos 44 anos, pude desempenhar a arbitragem na plenitude — afirma.
Questionado sobre a saída precoce do Mundial após duas boas atuações, criticou a decisão da Fifa:
— O gaúcho velho aqui está calejado. Como dizia o nosso finado ex-governador Leonel Brizola, "há outros interesses" (pronunciou "interésses", imitando Brizola). O importante é que nós apitamos de peito aberto, com tranquilidade, garra, vontade, e voltamos com alegria, sendo recebido por amigos e familiares.
Prestes a completar 45 anos, Simon pode apitar até dezembro. E pelo seu discurso, a aposentadoria, que poderia ser iniciada agora, será mesmo adiada para o fim do ano:
— Eu vou tirar férias, conversar com minha esposa, mas estou dividido. Estou no meu ápice físico, técnico, psicológico, estou em grande fase. Não estou convicto em parar de apitar depois desta Copa do Mundo que eu realizei. Acho que ainda vou desfilar pelos campos do Brasil este ano, me despedindo de cada cidade.
CLICESPORTES