| 28/06/2010 14h13min
Na manhã desta segunda as delegadas Alessandra Wilke e Ana Maria dos Santos, da Delegacia de Homicídios de Contagem, se reuniram com os chefes da Delegacia de Homicídios de Belo Horizonte, Edson Moreira e Wagner Pinto, para falar de informações que já foram obtidas sobre o desaparecimento de Eliza Samudio, de 25 anos, que teria um filho de quatro meses com o goleiro Bruno, do Flamengo.
A Polícia Civil decidiu adotar um discurso mais cauteloso, a fim de evitar que informações importantes venham a público e prejudiquem as investigações. A linha adotada pelas autoridades é de tratar a questão como desaparecimento até que existam provas reais de um possível homicídio.
– Em primeiro lugar vamos deixar claro que até agora trata-se de um caso de desaparecimento e é assim que vamos tratá-lo neste momento – disse Edson Moreira.
Bruno, afastado do grupo de jogadores do Flamengo, só deverá ser ouvido quando for necessário e a situação estiver mais avançada. Apenas se houver um fato novo nos próximos dias ele poderá ser chamado para depor em Belo Horizonte. A delegada Alessandra Wilke, no entanto, recomenda que o atleta esteja em alerta para o caso de necessidade de prestar esclarecimentos.
As investigações começaram na última quinta, após uma pessoa ter procurado um policial e acusado Bruno e dois amigos de terem espancado, ocultado o corpo e queimado as roupas de Eliza num sítio de propriedade do atleta na cidade de Esmeraldas (MG). A polícia vem monitorando o local e constatou na manhã da última quinta a presença de um bebê que seria filho do jogador. No período da tarde, ao voltar ao local, já não havia mais movimentação.
A criança só foi encontrada na sexta. Depois de negar a existência do recém-nascido num primeiro momento, Daiane Fernandes, esposa de Bruno, acabou confessando. Ela alegou que quando chegou ao sítio, no dia 23 deste mês, o bebê já se encontrava lá e que houve um abandono por parte da mãe. A polícia autuou Daiane por subtração de incapaz, porém, uma ordem judicial determinou que ela fosse solta por ter bons antecedentes. Baseada em depoimentos de amigas de Eliza, a delegada Alessandra Wilke não acredita na hipótese de abandono.
– A Eliza está em processo de reconhecimento de paternidade. Amigas e a madrasta dela disseram que ela é muito cuidadosa com a criança e não a deixa com ninguém.
Além disso, a Eliza foi abandonada pela mãe quando tinha cinco meses e convive com esse trauma, portanto, não acredito que ela tenha abandonado a criança – disse Wilke.
Imagens do circuito interno do condomínio do sítio de Bruno já foram analisadas, porém, nenhuma anormalidade foi constatada. As investigações continuam e a polícia aguarda uma liberação para que possa entrar na propriedade do jogador em busca de informações.
LANCEPRESS
Goleiro Bruno, na foto em treino no Flamengo, é suspeito no desaparecimento da ex-namorada
Foto:
VIPCOMM, Divulgação