| 04/06/2010 20h54min
O amarelo berrante dominou outra vez uma sexta-feira em Joanesburgo em mais um Friday Soccer, dia em que os sul-africanos mostram sua paixão pelo futebol e saúdam a chegada da Copa — no dia 11.
Mas a vistosa cor da camisa dos Bafana Bafana usada por milhões de pessoas em todo o país não ocultou as duas grandes notícias locais das últimas semanas:
1) A traição da primeira dama Nompumelelo Ntuli, uma das mulheres do presidente Jacob Zuma, com o guarda-costas Phinda Thomo. Zuma, um zulu com três mulheres, não terá seu 21º filho com Ntuli. A criança é de Thomo, segundo os jornais locais. Ele cometeu suicídio.
2) A disputa entre a Fifa e o governo local e a família de Nelson Mandela. Os parentes não desejam vê-lo nas partidas de abertura ou encerramento do Mundial. Querem que ele permaneça em casa, de onde sai raramente, e não arrisque ainda mais a sua debilitada saúde.
Longe das fofocas que envolvem as mulheres de Zuma quase todas as semanas, o neto de Mandela, Mandla, que fala pela família, disse que não vai deixar o avô sair de sua residência, ainda mais à noite e no grosso do inverno apenas para que ele possa assistir a um jogo de futebol em Joanesburgo, onde vive.
Mandla deseja ver Mandela em casa, na frente da tevê, bem aquecido, com um bom copo de chá por perto. Mas a decisão ainda não foi tomada. A última palavra será do próprio Mandela.
Aos 91 anos, faz 92 em 18 de julho, uma semana depois do jogo de encerramento do Mundial, Mandela está bem de saúde, mas as quase três décadas de prisão ainda cobram seu preço. Mandela raramente caminha sozinho, quando o faz se movimenta com extrema lentidão. Ele está lúcido, se alimenta bem, mas bastante enfraquecido. Sua última aparição pública foi em fevereiro passado, quando completou 20 anos de liberdade. Todas as mais recentes imagens mostram Mandela sentado, mais magro e com o cabelo totalmente branco. Ele estava em Zurique seis anos atrás quando o país foi nomeado oficialmente sede do torneio de 2010.
A Fifa reza para que nada aconteça com Mandela entre 11 de junho e 11 de julho. Seria um desastre para a Copa do Mundo.