| 25/05/2010 07h38min
Indefinição. Aí está uma palavra para resumir o Inter semifinalista da Libertadores, ainda que amargando a perda do Gauchão e o 13º lugar no Campeonato Brasileiro após três rodadas.
Um olhar atento aos 32 jogos sob o comando do técnico Jorge Fossati em 2010 indica que não há um padrão de jogo definido. Assim como a dupla de ataque, o esquema pode mudar a qualquer momento. De todos eles, o 3-6-1 é o mais derrotado.
O 3-6-1 perdeu para Banfield e Estudiantes. Venceu o Grêmio no Olímpico, mas a taça mesmo ficou na casa do rival. A julgar pela revelação de Walter no TVCOM Esportes, ontem, a derrota para o São Paulo, no último domingo, pode ser creditada ao 3-6-1, um esquema cuja chance de reaparecer é grande, especialmente fora de casa.
— O Everton entrou para ser um meia ao lado do Giuliano — afirmou Walter.
O Inter começou a pré-temporada sonhando com o 3-6-1, entrou o Gauchão no 3-5-2 e assim se manteve por alguns jogos. Depois trocou para o 4-4-2 e, daí em diante, abandonou a ideia de repetir um modelo para entrosar o time. A rigor, até uma variação de 3-5-2 para 3-4-3 apareceu. Contra o Cerro, do Uruguai, em Rivera, Giuliano jogou pela direita. Edu foi ponteiro-esquerdo. D'Alessandro flutuou pelo campo e Alecsandro (o atacante mais escalado por Fossati nas várias duplas de ataque formadas até agora) vestiu a camisa 9. No placar, deu zero a zero.
Apesar da indefinição, a tendência é o Inter manter Fossati. A direção estuda a possibilidade de treinar no Uruguai, terra do treinador, durante a Copa do Mundo. Santa Catarina (Florianópolis, Santo Amaro da Imperatriz e Itapema) é a outra alternativa. No dia 4 de julho, em Rivera, está confirmado um amistoso contra o Peñarol. Que pode virar torneio se o Boca Juniors entrar. A cota seria de R$ 350 mil.
• Os números de Fossati
(não contam os jogos comandados por Ederson Moreira, antes de 27/1)
Titulares – 24 jogos
Time B – 1 jogo, no Gauchão
Misto – 5 jogos, 4 no Gauchão e um no Brasileirão
Reservas – 2 jogos, ambos no Brasileirão
O 3-5-2 foi o esquema preferido de Fossati em 2010: foi usado em 14 jogos, contra 11 atuações do 4-4-2. Impressiona, no entanto, o esquema em constante mutação de janeiro até o último domingo, quando Éverton foi improvisado como meia contra o São Paulo no 3-6-1.
A sequência de janeiro a maio
3-5-2 (dois jogos)
3-6-1 (um jogo)
3-5-2 (oito jogos)
4-4-2 (quatro jogos)
3-5-2 (um jogo)
4-4-2 (cinco jogos)
3-5-2 (um jogo)
4-4-2 (dois jogos)
3-6-1 (dois jogos)
4-4-2 (um jogo)
3-5-2 (dois jogos)
4-4-2 (um jogo)
3-6-1 (dois jogos)
O polêmico 3-6-1 foi utilizado em cinco jogos, com três derrotas (Banfield, Estudiantes e São Paulo). Teve êxito no Inter B contra o Novo Hamburgo na primeira fase da Taça Fernando Carvalho, em fevereiro, e na final do Gauchão contra o Grêmio: vitória de 1 a 0 no Olímpico, insuficiente para conquistar o título.
Efeito Walter:
Desde que é titular, contra o Cerro no Beira-Rio (31/3), Walter começou jogando 12 vezes, e desde então marcou seis gols. Antes de revoltar-se contra a direção, não havia começado nenhum no time principal e ingressado ao longo de quatro. Já mudou partidas ao entrar durante o jogo, como contra Emelec (em casa) e Estudiantes (fora), mas nunca fez um gol quando não começou jogando.
Efeito Edu:
Começou jogando nove vezes, entrou ao longo de outras sete partidas e marcou dois gols, contra Avenida (7/2) e Pelotas (18/7).
Giuliano entra e sai
Melhor jogador do Inter em 2009 após a saída de Nilmar, Giuliano é o campeão de substituições: foi substituído 13 vezes nas 18 em que começou jogando. O inverso também acontece: nas seis vezes em que o time jogou com titulares desde que Giuliano perdeu a titularidade para Andrezinho, ele entrou ao longo do jogo em cinco. Ou seja, quando Giuliano entra no time, acaba saindo dos jogos. E quando sai, acaba entrando.
Confira a agenda do Inter no Brasileirão: