| 24/05/2010 13h36min
A assessoria de imprensa da CBF constroi uma espécie de preleção em capítulos. Dia a dia, a imprensa vai montando um perfil do grupo de Dunga. Apresenta para entrevistas setor por setor do grupo: primeiro foi a comissão técnica; depois os alas; então vieram os volantes; hoje foram os zagueiros. A lógica das coletivas permite até arriscar e antecipar o futuro: amanhã teremos Nilmar e Robinho.
Hoje chegou a hora dos zagueiros darem seu recado. Ao contrário das duplas Paixão/Runco, Michel Bastos/Daniel Alves e Gilberto Silva/Kléberson, eles têm pouco a temer do bombardeio verbal da mídia. Se tem um setor que passa confiança e está com moral no grupo de Dunga,este é a zaga.
O médico e o fisicultor sofreram para falar das lesões de Kaká e Luís Fabiano; Michel Bastos e Daniel Alves precisaram de diplomacia para não ferir os sentimentos dos demais companheiros na luta por titularidade; Kléberson e Gilberto Silva versaram sobre a desconfiança da nação quanto a utilidade de ambos.
Então, num clima mais ameno, sobrou projetar o futuro:
Thiago Silva foi o primeiro. Ele considera a Itália como um dos principais adversários, mas mostra que o foco está em um atleta específico:
– Os italianos formam sempre uma equipe competitiva, mas claro que o Messi pode desequilibrar com sua Argentina, também é difícil de marcar o Drogba, o Cristiano Ronaldo, mas estaremos preparados para encará-los – afirma Thiago Silva.
O zagueiro do Milan falou sobre a ausência do companheiro Ronaldinho entre o grupo principal:
– Claro que ele gostaria de estar aqui, mas só há vaga para 23, fiquei sentido com a ausência dele, mas tenho certeza que não estar aqui não vai tirar sua alegria de jogar – garante o zagueiro.
E sobrou tempo para uma média com o poder:
– Será muito bacana abraçar o presidente antes de viajar, ele gosta de futebol, queremos voltar depois da Copa para repetir o abraço – finaliza.
Depois do reserva, foi a vez do titular, Juan. Ele falou sobre a responsabilidade de ser o único setor unânime junto à opinião pública:
– O sistema defensivo cresceu em importância no que se está projetando e para mim o principal foi a manutenção da base e também a forma como jogamos, em que todos, até os atacantes, estão envolvidos – explica Juan.
E ressaltou a experiência como uma vantagem do Brasil:
– Nosso grupo foi construído em cima de muitas dúvidas e isso nos fortaleceu, todos tivemos chance, quando alguém faltou, quem entrou correspondeu, portanto esta união será nossa vantagem – destaca o zagueiro.
Sobre a indefinição do companheiro de setor esquerdo ele foi político:
– Quando se fala de defesa, não é uma dupla em questão, mas quatro jogadores, e tanto o Gilberto quanto o Michel certamente terão uma adaptação pela qualidade que têm.
Juan, que já jogou com Adriano no Flamengo e na Seleção, falou sobre a possibilidade de sua contratação:
– Não falei com ninguém da Roma sobre isso, temos que ter cuidado com especulações, a imprensa italiana adora colocar atletas nas equipes, mas se acontecer será bem-vindo, pois é um setor que a Roma está precisando – finaliza Juan.
DIÁRIO CATARINENSE
Juan (segundo sentado, da esquerda para direita) diz que Adriano será bem vindo se for mesmo para a Roma
Foto:
CBF, Divulgação