| 14/05/2010 09h30min
Aos 27 anos, a levantadora Fabíola luta para conquistar seu espaço na seleção brasileira feminina de vôlei. Em treinamento junto com o restante da equipe no Aryzão, o Centro de Desenvolvimento do Voleibol, em Saquarema (RJ), a jogadora tem Dani Lins e Ana Tiemi como concorrentes. A primeira jogou como titular do time durante a maior parte de 2009, enquanto a outra assumiu a posição na última competição do ano, a Copa dos Campeões. Nada que tire a esperança de Fabíola. Afinal, o técnico José Roberto Guimarães já garantiu que todas têm chances e jogará quem estiver melhor.
– O Zé Roberto já falou que pretende trabalhar com três levantadoras. Cada uma tem uma forma de jogar e todas têm condições de assumir a posição. É uma briga sadia. Estamos no começo do trabalho. Vou me dedicar ao máximo para permanecer na equipe – disse Fabíola, que começou a jogar como ponteira e passou a levantadora já na categoria adulta.
– A vantagem de a Fabíola ter atuado como atacante é que hoje, como levantadora, ela sabe o que pensa e sente uma ponteira. Conhece as dificuldades. Isso é interessante – apontou Zé Roberto.
O treinador bicampeão olímpico aproveitou para traçar um perfil de cada uma das atletas que tem à disposição para o setor.
– A Dani Lins teve mais oportunidade de jogar no ano passado. Ela tem precisão e técnica apurada, mas falta um pouco de concentração em alguns momentos, o que prejudica a distribuição de jogo. A Ana Tiemi é a melhor no bloqueio, mas tem que melhorar a movimentação. Precisa ter maior velocidade e isso vem com a evolução na parte física. Já a Fabíola é a mais veloz, capaz de chegar de toque em todas as bolas, mas precisa aprimorar a precisão – analisou o técnico.
Zé Roberto convocou 16 jogadoras para os treinamentos no Aryzão. Até agosto, quando será realizado o Grand Prix, a primeira competição do ano, o treinador terá que definir as 14 atletas que permanecerão na equipe.
Seleção democrática
O técnico José Roberto Guimarães resolveu inovar na escolha da capitã da equipe. Ao invés da opção partir da comissão técnica, as próprias jogadoras, em votação secreta, elegeram a representante do time. No fim, venceu a meio de rede Fabiana, eleita com 11 votos. A oposto Sheilla recebeu quatro indicações. As demais atletas não foram votadas.
O treinador e idealizador da eleição explicou as regras do jogo.
– A partir de agora, todo ano será de eleição na seleção brasileira. O voto é secreto, para evitar qualquer tipo de situação. Adotamos este sistema este ano e deu certo. Todas as jogadoras votam e podem ser votadas, exceto a Fabi e a Camila Brait, já que líbero não pode ser capitã. É muito importante ouvirmos a opinião de todas. O grupo decide – disse o democrático Zé Roberto.
Das 16 jogadoras convocadas, apenas a ponteira Paula Pequeno não se apresentou e, por isso, não participou da votação. A atacante conquistou o Campeonato Russo pelo Zarechie Odintsovo na última terça-feira e terá duas semanas de férias até o início dos treinamentos com a seleção brasileira.