| 19/04/2010 07h10min
Dunga desarma, avança dois metros e lança de três dedos, com força. O passe sobrevoa o gramado e cai certeiro no alvo no lado direito do campo ofensivo. A bola adormece no pé esquerdo de Maradona, e ali sonha com o balanço das redes enquanto o marcador corre enfurecido. Um descuido do defensor e, nossa!, duplo lençol. Cinco metros de dribles área adentro e, o óbvio: gol.
Essa cena jamais existiu. E certamente nunca será ensaiada. Dunga e Maradona, rivais nos gramados – se enfrentaram na Itália em 1990, quando a Argentina mandou o Brasil para casa mais cedo –, já não desfilam pelo campo as virtudes que os destacaram no time dos campeões. Os dois, contudo, têm nova chance de se tornarem protagonistas em uma Copa. Agora, comandando as respectivas seleções da casamata. Mas como seria se eles e os demais técnicos que estarão na África do Sul formassem uma esquadra, levando-se em conta o auge de suas carreiras? Qual seria a seleção dos treinadores do Mundial?
O primeiro desafio seria escolher os titulares. Afinal, dos 32 técnicos que estarão na África do Sul, pelo menos 30 já fardaram. Porém, destes, apenas oito já disputaram o Mundial, e somente dois foram campeões – justo Maradona, no México, em 1986, e Dunga, o capitão do tetra brasileiro nos Estados Unidos, em 1994. Por isso, a dupla foi a primeira a ser escalada, já que ter jogado o torneio foi o primeiro critério estabelecido para definir a equipe – e ninguém aqui é louco de deixar um deles de fora.
Em caso de empate no primeiro critério – com essa norma o time teria sete meio-campistas, por exemplo –, ficaria na equipe aquele que marcou gols em Mundiais. Desta forma, Dunga e Maradona ganhariam as companhias do italiano Fabio Capello, que comandará a seleção inglesa, e do sul-coreano Huh Jung-Moo no meio – nosso esquema é o 4-4-2, ok? Na zaga, o neozelandês Ricki Herbert ganhou a primeira vaga.
Do time dos "copeiros", sobraria o volante dinamarquês Morten Olsen e os meias Javier Aguirre, do México, e Vladimir Weiss, eslovaco que defendeu a extinta Tchecoslováquia em 1990.
Para as demais posições, então, valeria a categoria – ou, no caso de alguns, ser o único da função. Entrariam o lateral-direito sueco Sven Goran Eriksson, o zagueiro francês Paul Le Guen, o lateral-esquerdo francês Raymond Domenech – que jogava pelos dois lados –, e os atacantes Joachim Löw, da Alemanha, e Van Marwijk, da Holanda.
Como nenhum dos técnicos-jogadores foi goleiro, sobraria para o norte-coreano Kim Jong-Hun assumir a vaga. O critério? Aquele que você usava no colégio: foi o último a ser escolhido, vai para o gol.
Carlos Alberto Parreira, que nunca foi jogador, mas já foi campeão do mundo como técnico, seria o comandante da esquadra.
Pronto! Nosso time dos técnicos está escalado (escale aqui o seu time). Você, talvez, tenha uma lista diferente na cabeça. Tudo bem. Afinal, é só uma brincadeira em cima de algumas curiosidades. O que importa mesmo é o que eles, técnicos, pensam, e o que eles farão – ou deixarão de fazer – entre junho e julho, na África do Sul. Isso, sim, pode mudar a história da Copa, protagonistas que são.
O time dos técnicos do clicEsportes:
Goleiro: Kim Jong-Hun
Nacionalidade: norte-coreana
Técnico da Coreia do Norte na Copa de 2010
Lateral-direito: Sven Goran Eriksson
Nacionalidade: Sueco
Técnico da Costa do Marfim na Copa de 2010
Curiosidade: Foi o último técnico a ser contratado. A Costa do Marfim anunciou o acerto no mês passado
Zagueiro: Ricki Herbert
Nacionalidade: neozelandesa
Técnico da Nova Zelândia na Copa de 2010
Disputou a Copa de 1982
Zagueiro: Paul Le Guen
Nacionalidade: francesa
Técnico de Camarões na Copa de 2010
Curiosidade: Com 46 anos, é o terceiro mais jovem entre os treinadores da Copa
Lateral-esquerdo: Raymond Domenech
Nacionalidade: francesa
Técnico da França na Copa de 2010
Curiosidade: atuava tanto como lateral-direito quanto como esquerdo
Volante: Fabio Capello
Nacionalidade: italiana
Técnico da Inglaterra na Copa de 2010
Disputou a Copa de 1974
Curiosidade: marcou o gol italiano na derrota por 2 a 1 para a Polônia na Copa de 74
Volante: Dunga
Nacionalidade: brasileira
Técnico do Brasil na Copa de 2010
Disputou as Copas de 1990, 1994 e 1998
Curiosidade: não chegou a marcar gol durante uma partida, mas converteu sua cobrança na decisão por pênaltis de 1994 e levantou a taça do tetracampeonato
Meia: Huh Jung-Moo
Nacionalidade: sul-coreana
Técnico da Coreia do Sul na Copa de 2010
Disputou a Copa de 1986
Curiosidade: apesar de pertencer a uma seleção inexpressiva, Jung-Moo garantiu seu lugar na nossa seleção por ter marcado um gol sobre a Itália na derrota sul-coreana por 3 a 2
Meia: Diego Armando Maradona
Nacionalidade: argentina
Técnico da Argentina na Copa de 2010
Disputou as Copas de 1982, 1986, 1990 e 1994
Curiosidade: é um dos maiores jogadores da história, marcou um total de oito gols em Mundiais, foi o capitão e o grande nome do título de 1986. Mas não, não era melhor que Pelé
Atacante: Joachim Löw
Nacionalidade: alemã
Técnico da Alemanha na Copa de 2010
Curiosidade: é o segundo mais jovem entre os treinadores, com 45 anos. Só é mais velho que o eslovaco Vladimir Weiss
Atacante: Van Marwijk
Nacionalidade: holandesa
Técnico da Holanda na Copa de 2010
Curiosidade: também atuava no meio-campo
Os treinadores que jogaram em Copas do Mundo:
Zagueiro:
Ricki Herbert (Nova Zelândia) - Espanha 1982
Volantes:
Dunga (Brasil) Itália 1990, EUA 1994 (campeão) e França 1998
Morten Olsen (Dinamarca) - México 1986
Fabio Capello (Inglaterra) - Alemanha 1974 (marcou um gol)
Meias:
Maradona (Argentina) - Espanha 1982 (dois gols), México 1986 (campeão, cinco gols), Itália 1990 e EUA 1994 (um gol)
Huh Jung-Moo (Coreia do Sul) - México 1986 (um gol)
Javier Aguirre (México) - México 1986
Vladimir Weiss (Eslováquia) - Itália 1990 (pela Tchecoslováquia)