Campeão brasileiro sub-15 pelo Grêmio em 2009, o volante Lucas, de 14 anos, deveria ter se apresentado no Estádio Olímpico nesta temporada. Porém, o jogador passou a treinar no Beira-Rio. A discussão sobre o assunto iniciou na última quinta-feira, e segue. Do lado do Inter, o diretor de futebol Newton Drummond negou que o clube ofereça dinheiro para atletas das categorias de base do Grêmio. Já no lado do Tricolor, o assessor de futebol Alberto Guerra afirma que há altos valores no negócio.

– Houve sim a investida do Inter sobre o atleta, e que redundou em uma alta pedida da mãe do menino para que a gente fique com o atleta. Foge um pouco dos padrões normais. Houve uma investida muito forte e uma alta pedida para que o Grêmio cobrisse a oferta que o Inter fez: em torno de R$ 270 mil de luvas e mais salário de R$ 1,8 mil para um menino que vai completar 15 anos – revelou o dirigente em entrevista à Rádio Gaúcha, neste sábado.

Também em entrevista à Rádio Gaúcha, Newton Drummond disse que existe esse “acordo de cavalheiros” entre os clubes, mas considera difícil de controlar a vida profissional de atletas com menos de 16 anos.

– Não participei disso, mas quero deixar claro que existe esse acordo de cavalheiros.
Às vezes os pais ou procuradores enxergam no time adversário uma chance melhor, para garotos de 16 anos. É complicado conter isso, já aconteceu para ambos os lados. O Bruno Coutinho, por exemplo, era do Inter e foi para o Grêmio. Acho difícil controlar isso – disse.

Alberto Guerra lamenta o fato, prevendo que a boa convivência entre os clubes pode até acabar. O dirigente afirma que o Grêmio vai tomar as povidências cabíveis.

– Isso, na verdade, pode ser até um tiro no pé, aquela prática de boa convivência entre os clubes pode acabar aí – destacou. – Existia um acordo tácito entre os clubes de respeitar as categorias de base. O Grêmio está estudando as medidas a serem tomadas – completou.

Apesar de ter apenas 14 anos, Guerra diz que Lucas era uma das grandes promessas do Grêmio.