| 07/12/2000 17h58min
O setor de frangos no Brasil precisa calibrar melhor os momentos de expansão. Seria uma saída para evitar a superoferta, como no primeiro semestre deste ano, que fez o preço despencar numa hora de alta nos custos de produção. Tanto que a indústria e avicultores tiveram de se apressar em cortar o volume de abates. – Isso quase provocou o suicído de muitas empresas – diz Osler Desouzart, diretor comercial da Frangosul/Doux. Desouzart participa neste fim de tarde de quinta-feira do painel O Marketing na Avicultura de Ovos e Corte, que integra o primeiro dia do AveBrazil, em Chapecó, Oeste catarinense. A crítica do diretor do frigorífico gaúcho serve para alertar as empresas que acabam decidindo ampliar a produção e não vêem a capacidade do mercado consumidor. Até porque o setor não aposta em crescimento acima dos 3,5%, que deve ser o desempenho de 2000. A cautela de Desouzart se deve ao histórico do preço do produto nos últimos anos. No início do Plano Real, o quilo nos supermercados valia US$ 1,22 (cerca de R$1). No primeiro semestre deste ano, o preço estava entre US$ 0,65 e US$ 0,70, quase a metade do valor, para dar conta de custos de produção em alta. Mesmo com a conjuntura de freio na expansão, o grupo Aurora projeta novos investimentos em 2001 e geração de empregos. Um dos diretores, José Zeferino Pedrozo, projeta ampliação de 4% nas vagas.
DARCI DEBONA/CLICRBS