| 13/05/2003 11h36min
O deputado federal João Batista de Araújo (PA), o Babá, afirmou durante entrevista ao programa Atualidade, da Rádio Gaúcha, realizada nesta terça, dia 13, que não é concebível a abertura de processo na comissão de ética do PT contra os deputados identificados como radicais. Segundo ele, os dissidentes estão lutando por uma posição histórica do partido.
Depois de reunião do diretório nacional ficou decidido nessa segunda, dia 12, o encaminhamento de punições contra os parlamentares Babá, Luciana Genro (RS) e a senadora Heloísa Helena (AL), por discordarem publicamente de pontos das reformas estruturais.
Segundo o parlamentar, além de articular mobilizações para impedir a expulsão, os petistas julgados continuarão lutando contra a taxação dos inativos e o corte da aposentadoria integral – medidas propostas pelo governo federal na reforma da Previdência. Ele lembrou que durante o último domingo, dia 11, um ato contra a censura dentro do PT reuniu cerca de 600 pessoas em Porto Alegre.
Babá destacou que a idéia dos servidores como privilegiados é errônea, pois a maioria recebe aposentadorias inferiores a R$ 700. Ele ressaltou que o governo acabará punindo os trabalhadores, mas manterá os salários de R$ 17 mil dos integrantes do Judiciário. De acordo com o parlamentar, parte dos deputados que defendem as reformas acumulam aposentadorias.
Para Babá, antes de tentar aprovar as reformas, Babá afirmou que o governo deveria fazer uma auditoria nas contas da Previdência. Babá destacou que a instituição não é deficitária como as pessoas julgam. Segundo ele, em 2002, o presidente Fernando Henrique Cardoso retirou R$ 35 bilhões para pagar juros da dívida. Para o parlamentar, a criação de um Previdência universal, dirigida pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) e que iria abranger tanto os servidores públicos quanto os privados com um piso e um teto igual, solucionaria os problemas enfrentados pelo Executivo.