| 12/02/2010 10h03min
De um feito o baiano Borges já pode se orgulhar. Desde que a década se iniciou, ninguém teve no Olímpico um começo de temporada tão fulminante quanto o dele. Com os dois gols marcados quarta-feira, contra o Araguaia, que garantiram passagem direta do Grêmio à segunda fase da Copa do Brasil, o centroavante trazido do São Paulo completou nove em oito partidas.
Por enquanto, Borges divide com Eraldo, do São Luiz, de Ijuí, o título de principal goleador brasileiro. Ambos estão à frente de Neymar, do Santos, e Dodô, do Vasco, sete gols cada um.
Seus números superam até os de Ronaldinho, que marcou três gols nas primeiras oito partidas de 2000. Claro, Ronaldinho não era centroavante, mas a técnica apurada sempre fez dele um dos responsáveis por vitórias do Grêmio. Foi o goleador, por exemplo, do Gauchão de 1999, com 15 gols. Nesses últimos 11 anos, Christian, com oito gols nos primeiros oito jogos de 2004, é quem mais se aproxima da marca de Borges.
Com 1m75cm, Borges destoa do modelo do centroavante grandalhão, cultuado desde os primórdios do Grêmio e cujo exemplo mais recente foi o argentino Maxi López. Forte, tem por característica a rapidez com que gira sobre os marcadores e conclui a gol. Um estilo que conta com a aprovação do ex-centroavante Alcindo, um dos maiores goleadores da história do Grêmio, feito que lhe rendeu participação na Copa de 1966 e convite pessoal de Pelé para atuar ao seu lado no Santos.
– Ele é um goleador nato. Adoro quem gira e bate em gol. Tem a minha forma de jogar – compara o “Bugre”, 64 anos, convencido de que o rendimento ainda irá melhorar à medida que ocorra a adaptação ao estilo gaúcho e aos companheiros de time.
Sem se empolgar, Borges diz que trabalha apenas para repetir o desempenho de 2008. Titular do São Paulo, fez 16 gols no Brasileirão daquele ano. Em 2009, disputando a camisa 9 com Washington, foi preterido por Muricy Ramalho e, depois, por Ricardo Gomes. Viu sua média baixar para seis gols no Brasileirão. Na Libertadores, marcou cinco vezes.
– Desde que cheguei, me sinto em casa. Até por reencontrar jogadores com quem atuei no São Paulo. Mas, principalmente, pela qualidade do grupo do Grêmio – explica.
A opção pelo Grêmio, mesmo com boas propostas também de Palmeiras e Santos, atendeu a um desejo da família. Concluiu-se que ele enfrentaria problemas com a torcida do São Paulo se vestisse a camisa de outro clube do mesmo Estado.
– Está provado que fiz a opção certa – assegura o atacante.
ZERO HORA