| 28/12/2009 03h23min
Personagem mais aguardado na reunião de hoje, que poderá definir sua situação no Grêmio, Maxi López não confirma presença no encontro marcado para o Olímpico. De Buenos Aires, onde passa as férias, o centroavante negou a Zero Hora ter uma proposta da Lazio, da Itália. Ainda assim, não teve como garantir que irá ficar. Preferiu aguardar até 31 de dezembro, data de encerramento de seu contrato.
Tanto o Grêmio quanto o jogador negam a informação, divulgada por sites do centro do país, de que o acerto com os italianos já teria ocorrido.
O presidente Duda Kroeff também não comparecerá à reunião. Desde o dia 25, ele descansa com a família em Orlando (EUA), de onde só retorna dia 5 de janeiro. Delegou poderes aos vices Irany Sant’Ana Jr, de finanças, e César Pacheco, de marketing, para representá-lo. Duda está otimista que Maxi permaneça em 2010.
– Ele disse a nossos representantes na reunião na Argentina que gostaria de ficar. Só falta ter mudado de ideia –
diz Kroeff.
Na Lazio, Maxi
López receberia mais do que o dobro do que seu atual salário. No Grêmio, ele embolsa US$ 100 mil (R$ 175 mil) a cada 30 dias. Na Itália, receberia 1,7 milhão de euros por ano, ou 141 mil euros mensais (cerca de R$ 354 mil). Contaria, ainda, com bonificação por metas atingidas e patrocínio do fornecedor de suas chuteiras.
Por enquanto, o Grêmio confia que será possível fazer valer o que ficou acertado no início do ano. Na época, um anexo ao contrato estipulou que o clube se habilitaria a 50% dos direitos federativos do jogador mediante o pagamento, até 31 de dezembro, de 1,5 milhão de euros (R$ 3,7 milhões) ao FC Moscou. Na prática, a direção repassaria o dinheiro ao jogador, que encaminharia seu desligamento do clube russo.
Nos últimos dias, no entanto, ganhou força a informação de que Maxi se recusaria a receber o dinheiro, com o que se desvincularia automaticamente do Grêmio.
Vice de futebol no início de 2009, quando Maxi foi contratado, André
Krieger assegura que um novo contrato,
com duração de três anos, entrará imediatamente em vigor quando os 50% dos direitos forem adquiridos.
– Se Maxi se recusar a receber, o clube deposita 1,5 milhão de euros em juízo e mantém o vínculo – confia.
É possível até que Maxi fique por mais seis meses no Olímpico
Rogério Braun, um dos representantes brasileiros de Maxi, até admite que o jogador possa ficar por mais seis meses no Olímpico. Afirma, porém, que a tendência é a saída imediata. O que, garante, irá se dar de forma amigável.
– Ele exige que o Grêmio saia compensado de alguma forma – informa.
Na janela de agosto, o Werder Bremen, da Alemanha, propôs 3 milhões de euros ao Grêmio e mais 1,5 milhão ao jogador. A direção recusou.
"Dinheiro não importa"
Zero Hora – Você tem mesmo proposta da Lazio?
Maxi López – Não. Sei
apenas pela imprensa. No papel, ninguém fez proposta. Só sei de sondagens. Estou tranquilo, em férias, com minha família.
ZH – O que se diz é que você já estaria acertado com os italianos.
Maxi López – Não sei quem falou isso. Ninguém pode falar por mim.
ZH – Então, é possível acreditar que você permanecerá?
Maxi López – Sempre falei isso. Respeito muito o Grêmio, pelo carinho e apoio da torcida.
ZH – O que irá influenciar sua decisão?
Maxi López – É cedo para falar. Mas quero jogar onde me sinta bem. E achar um lugar como Porto Alegre será difícil.
ZH – A questão financeira será decisiva?
Maxi López – Depende. Dinheiro não importa. Perdi quase 70% do meu salário na Rússia quando fui para o Grêmio.
ZH – Sua mulher, Wanda Nara, é quem mais tem insistido para que você atue na Itália?
Maxi López – Não é verdade. Ela fez
muitos amigos aí. Para ela, é bom estar perto da Argentina, da família.
ZH – Qual o percentual de chances para que você fique?
Maxi López
– Não sei. Tudo ficará resolvido até o dia 31.
ZH – A torcida pode ter esperança de que você fique?
Maxi López – Claro que sim. A direção está tentando encontrar um jeito.
Atacante passa férias em Buenos Aires e não participará da reunião de hoje no Estádio Olímpico
Foto:
Fernando Gomes