| 22/12/2009 04h34min
Terminada a reunião do Conselho Deliberativo do Grêmio que aprovou o orçamento de R$ 113 milhões para 2010, seguiu-se o polêmico debate sobre a Arena. Entre ânimos exaltados, discursos emocionados e palmas após cada intervenção em favor do novo estádio, uma promessa. A construtora OAS vai cumprir o contrato assinado e erguer a Arena de qualquer maneira.
Conheça o projeto da Arena:
Se não for com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), será com dinheiro tomado de bancos privados. Para construir a Arena, a OAS usará 55% de recursos próprios e 45% de financiamentos. Ao final de 20 anos, o estádio passará em definitivo para o
Grêmio. Durante este período, a gestão será compartilhada, com lucros
divididos e quantias fixas garantidas ao clube.
– Foi o que eles nos prometeram em uma reunião excelente. Tudo está mantido, para o bem do Grêmio – revelou o presidente Duda Kroeff.
Os representantes da OAS que explanaram para 183 conselheiros as questões do projeto não quiseram dar entrevistas. Apesar da insistência dos repórteres, o diretor comercial Louzival Mascarenhas e o gaúcho Eduardo de Souza Pinto, encarregado da gestão do negócio, preferiram o silêncio.
O alegado abraço simbólico do Olímpico, um protesto de sócios contra a Arena, cuja realização foi alardeada pela internet, não aconteceu. Por falta de quórum.
O Movimento Grêmio Acima de Tudo, que conta com 15 conselheiros e monopoliza a contestação (a favor da Arena são nove grupos), reclama basicamente da questão dos sócios na Arena. O contrato assinado não especifica o que será feito dos mais antigos, com direitos adquiridos para entrar no Olímpico mediante mensalidade.
E nem as vantagens das próximas filiações, uma
vez que todos precisarão pagar ingresso. Os críticos querem acrescentar uma cláusula exigindo que a OAS banque um valor para o ingresso destes torcedores.
– Se não houver um acerto político para que isto aconteça, haverá ações individuais na Justiça. Talvez uma ação pública – afirma o empresário Flávio Jacobus, um dos integrantes do Grêmio Acima de Tudo.
De acordo com Evandro Krebs, da Grêmio Empreendimentos, todos os problemas operacionais (aí incluído o sócio ter preferência para adquirir ingresso) serão resolvidos em um segundo momento.
– O jurídico do clube está avaliando com uma consultoria a melhor maneira de tratar o tema. O certo é que não haverá dificuldade. Se o sócio será ressarcido com bônus, desconto ou o que for, temos muito tempo para analisar.
Se o cronograma for cumprido, as obras começarão em junho de 2010, e a Arena ficaria pronta em dezembro de 2012.
Projeto do novo estádio do Grêmio, que será erguido no bairro Humaitá, tem enfrentado críticas
Foto:
OAS, divulgação