| 21/12/2009 03h34min
Era para ser uma reunião destinada a aprovar o orçamento do ano seguinte. Mas a presença de diretores da OAS, empresa que irá erguer a Arena no bairro Humaitá, mudou tudo. Sócios que se contrapõem ao contrato assinado pelo Grêmio com a construtora tentam organizar um abraço simbólico do Olímpico, em protesto. Em resposta, os defensores do projeto divulgaram manifesto assinado por nove movimentos.
O grupo Grêmio Acima de Tudo está por trás da contestação. Minoritário no Conselho Deliberativo – tem 15 entre cerca de 300 conselheiros –, vê na figura do ex-presidente Hélio Dourado garantia de repercussão às críticas.
Conheça o projeto da Arena:
A primeira chamada da
reunião está marcada para 19h. A parte inicial será destinada ao
orçamento de 2010, que deve ficar em torno de R$ 100 milhões, um pouco abaixo do deste ano. De acordo com o diretor financeiro Mauro Rosito, não é o ideal, mas o suficiente para montar um bom time. A polêmica está reservada para depois.
Há 13 dias, um jantar alinhavou a pauta da reunião. Sentaram-se à mesa o presidente do Conselho, Raul Régis de Freitas Lima; o presidente do clube, Duda Kroeff; o presidente da Grêmio Empreendimentos, Adalberto Preis, e dois representantes da OAS. O carioca Louzival Mascarenhas, diretor comercial, e o gaúcho Eduardo de Souza Pinto, encarregado da gestão do negócio, manifestaram interesse em prestar uma atualização da parte técnica e de projetos complementares, como questões ambientais e de engenharia.
Mas haverá novidades. A principal é que o financiamento junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está perto de ser oficializado. Para erguer a Arena, a OAS usará 55% de recursos próprios e 45% captados em
bancos, repartindo os lucros
com o Grêmio durante 20 anos, quando o estádio será inteiramente tricolor.
– Ouvi falar do abraço no Olímpico, mas não acredito. O contrato está assinado. Não tem mais volta. Tudo foi muito transparente – afirma Régis.
Flávio Jacobus, empresário e um dos mais atuantes integrantes do Grêmio Acima de Tudo, acredita em até 3 mil gremistas no abraço ao Olímpico. Uma das críticas mais fortes do grupo diz respeito aos sócios mais antigos, que hoje entram no Olímpico apenas pagando a mensalidade. Na Arena, todos comprarão ingresso.
– Se houver acerto com revisão de cláusulas como a referente aos sócios, tudo bem. Somos a favor da Arena, mas o contrato é ruim para o Grêmio – diz, sem descartar ações judiciais.
Projeto do novo estádio do Grêmio,que será erguido no bairro Humaitá, tem enfrentado críticas como a de um grupo que pretende abraçar o Olímpico em protesto
Foto:
OAS, divulgação