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 | 19/12/2009 20h31min

Brasileiros são favoritos para conquista da Libertadores

Hermanos não apostam que argentinos possam bater Inter, Corinthians ou Flamengo

Leonardo Oliveira

É bem possível que em 2010 falar o espanhol seja requisito dispensável para levar Libertadores. Com cinco grandes brasileiros na competição e o Boca, o River e a LDU em casa, o caminho até a taça parece pavimentado em verde e amarelo.

Nem mesmo os hermanos apostam que algum argentino possa fazer frente a Inter, Flamengo, Corinthians, São Paulo e, possivelmente, o Cruzeiro, que encara o Real Potosi na Pré-Libertadores. Pela primeira vez em 51 edições, a competição será disputada sem a presença de um dos ditos grandes da terra de Maradona (Boca, River, San Lorenzo, Racing e Independiente).

– É um reflexo da atualidade do futebol argentino. A "esperança argentina", em condições normais, estarão postas em Estudiantes e Vélez, por experiência e pelo grupo de jogadores. Por aqui, se supões que o ano da Copa do Mundo será o ano dos brasileiros na Libertadores – conta o jornalista Adrián Piedrabuena, editor assistente do diário Olé, de Buenos Aires.

O vice de futebol do Inter, Fernando Carvalho, mantém o tom do argentino Piedrabuena. Lembra da força do Estudiantes, de Verón, e do bem organizado Vélez – cuja regularidade vem desde 2007, quando eliminou o Inter na primeira fase.

O time, comandado pelo ex-atacante Ricardo Gareca, tem o lateral-esquerdo da seleção, Emiliano Papa, e emprestou sua dupla de zaga, Sebá e Otamendi, para encarar o Brasil em Rosário.

– Os argentinos são sempre imprevisíveis, e os mexicanos ainda não mostraram sua força na Libertadores. Mas acredito que a disputa ficará mesmo entre os brasileiros – aposta Carvalho, escorado em seu largo conhecimento sobre o futebol sul-americano.

É bom mesmo Carvalho tomar cuidado com quem fala português. O meia Tcheco passou menos de 24 horas no ambiente do Corinthians na semana passada. Fez exames, foi apresentado oficialmente e levou para casa a certeza de que a Libertadores norteará casa segundo no ano do centenário do clube. Seria o presente perfeito para a torcida. A taça que Santos, São Paulo e Palmeiras exibem em seus museus jamais chegou perto do Parque São Jorge.

– A direção montou uma logística para a competição de impressionar. Os mínimos detalhes são percebidos, como os roteiros de viagens, hotéis adequados. Tudo será feito para que entremos em campo só pensando em jogar – conta o meia.

É bem possível que a dobradinha Tcheco/Mano Menezes tenha que repetir um trajeto feito com o Grêmio. O Grupo 1, o do Corinthians, conta com o Cerro Porteño e pode ter dois colombianos. Em 2007, eles encararam Cerro, Cucuta e Tolima.
– Classificamos na última rodada, 1 a 0 no Cerro, com gol aos 36 do segundo tempo. É preciso ficar alerta sempre – afirma Tcheco.

Instalado na esquina da Libertadores, o técnico Adílson Batista apenas espia os vizinhos brasileiros. Sua preocupação no momento é subir os 3.967 metros até Potosi, onde faz escala pela Pré-Libertadores. Eliminado pelo Boca em 2008, nas quartas-de-final, ele saúda a ausência da Bombonera na rota do título.

– É um time que impõe respeito.

O grupo do Inter

O Inter enfrenta Deportivo Quito, Cerro, do Uruguai, e um terceiro adversário que será definido no confronto entre Newell’s e Emelec. A Conmebol ainda não oficializou a tabela. Inicialmente, o clube recebe na primeira rodada o time saído da Pré-Libertadores. Depois sai para dois jogos fora, contra Cerro e Deportivo Quito.

DEPORTIVO QUITO

Bicampeão equatoriano, o Deportivo Quito poderia estar em festa. Está em guerra. O comando do clube virou caso de tribunal depois que conselheiros o repassaram à universidade espanhola SEK, que já é dona do Unión Española, do Chile. Desde a conquista do título, há duas semanas, os jogadores esperam pela solução do impasse. A SEK já acertou a contratação do volante Juan Carlos Paredes, do Deportivo Cuenca. Outros três reforços são analisados. Mas tudo depende da Federação Equatoriana, que dá seu veredicto sobre a transação com a universidade na terça-feira.

CERRO

É a terceira maior torcida de Montevidéu, só perde para Nacional e Peñarol. O Cerro é de um bairro homônimo e operário, e tradicional formador de jogadores de origem humilde. O time campeão da Liguilla no meio do ano foi desmontado. O técnico Eduardo Acevedo foi para o Nacional, assim como o meia Cabrera, o craque. O clube conta com a boa relação com o empresário Juan Figger para conseguir alguns reforços, mas a folha chegará, no máximo, a US$ 70 mil (R$ 124 mil). Para comparar, o Novo Hamburgo investirá R$ 150 mil mensais para o Gauchão.

EMELEC

A classificação à Pré-Libertadores graças à terceira colocação no Clausura foi insuficiente para a permanência do técnico Gabriel Perrone. Alegando “falta de gana”, ele deixou o cargo. O argentino Jorge Sampaoli, com boa passagem pelo futebol peruano, foi contratado para substituí-lo. O grupo de jogadores é pouco conhecido, mas a conquista da vaga na Libertadores eliminando a forte LDU, campeã da Sul-Americana deste ano, o credencia à vaga no grupo do Inter.

NEWELLS OLD BOYS

O time argentino é favorito contra o Emelec. No primeiro semestre, no Clausura, fez uma péssima campanha, terminando na 15ª colocação. Na segunda metade do ano, o time do coração de Messi se recuperou e deixou o título do Apertura escapar por pouco – ficou dois pontos atrás do Banfield. O capitão do time é o zagueiro Schiavi, mas o uruguaio Boghossian é o destaque. Com 1m94cm, o atacante é perigoso nas jogadas aéreas.

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