| 14/12/2009 15h33min
O Movimento Grêmio Acima de Tudo já entregou ao presidente Duda Kroeff um documento que contesta o contrato do clube com a OAS para a construção da Arena. Segundo o advogado Gladimir Chieli, que presta serviços ao movimento, a ideia é pedir um debate mais detalhado, sobretudo dos direitos dos sócios no novo estádio. O objetivo é que a gestão da sede fique com a Grêmio Empreendimentos.
– Ninguém é contra ou favor da Arena, somos a favor do Grêmio como instituição, clube. Nós precisamos resolver a questão do sócio. Não há previsão no contrato para salvaguardar os direitos dos sócios. Todo o torcedor, sócio ou não, terá que pagar seu ingresso para entrar na Arena por 20 anos. Isso está no contrato – explicou.
– Só há uma alternativa desse sócio entrar sem pagar: se o Grêmio arcar com a despesa. Da forma como está é um grande empreendimento imobiliário, mas muito mais para a construtora do que para o clube – completou.
O advogado salientou que esses pontos passaram pela aprovação do Conselho Deliberativo porque não houve tempo o suficiente para o debate. O acordo com a OAS foi assinado no final de 2008. A rescisão contratual não está prevista por decisão unilateral do Grêmio. Qualquer divergência é remetida a um tribunal arbitral, com sede em São Paulo.
– O projeto foi apresentado em um curto espaço de tempo para o conselho discutir. Se dividiram em comissões, mas elas também não tiveram o tempo necessário para analisar o contrato. Há uma falta de informação sobre essa matéria – esclareceu.
Chieli destacou que os líderes do Grêmio Acima de Tudo, entre eles o ex-presidente Hélio Dourado, temem uma descapitalização do Grêmio como clube.
– A OAS terá 100% do resultado dos eventos que forem ali programados. Ela terá a renda dos jogos oficiais e amistosos, 100% da renda do time em estádios adversários. A participação na venda das bebidas também ficará com a empresa, 100% da venda de camarotes. O Grêmio ficará com a publicidade de campo, cota de televisão e propaganda das camisetas – alertou.
Outro impasse é sobre o uso do estádio para treinos:
– O Grêmio não terá onde treinar. Não poderá fazer isso na Arena. O estádio só poderá ser usado fora do plano anual em três possibilidades: se não tiver prejuízo ao calendário da OAS, se não prejudicar o gramado e desde que possa gerar renda – declarou.
Por outro lado, o contrato prevê recursos que serão destinados ao Grêmio. O clube receberá 120 parcelas de R$ 583 mil por mês. Depois, de 10 para 20 anos, receberá R$ 1,16 milhão por mês.
RÁDIO GAÚCHA