| 09/12/2009 10h26min
A cada novo tijolo que as mãos ágeis de Marcos Eduardo Alves Duarte cimentam, uma nova casa toma forma no loteamento da zona norte de Porto Alegre. É ali, no número 1.915 da Avenida Bernardino Silveira Amorim, que a Capital da Copa de 2014 começa a ser construída.
Aguardada há mais de duas décadas, a obra que erguerá 2,8 mil residências é considerada uma das mais decisivas para garantir Porto Alegre como uma das cidades-sedes do Mundial de futebol. Com sua conclusão, as famílias das vilas Dique e Nazaré deixarão a cabeceira da pista do Aeroporto Internacional Salgado Filho, que poderá, enfim, ser ampliada em 920 metros.
Apesar de ser um dos maiores gargalos do Estado, a reforma no Salgado Filho é apenas uma das 26 obras de infraestrutura e serviços que prometem mudar a face da Capital e região nos próximos quatro anos, em um verdadeiro teste de fogo para o poder público. Isso porque a cidade ainda corre o risco de perder o posto se não cumprir as exigências da Fifa, que faz visitas anuais às cidades escolhidas.
– Nosso desafio é histórico. Temos sido incompetentes nas últimas décadas para atrair investimentos e resolver os problemas urbanos. Daqui a quatro anos, vamos saber se somos competentes ou não – diz o secretário municipal de Mobilidade Urbana, Luiz Afonso Senna.
Há um consenso de que o momento é singular para resolver pendências há muito adiadas. Todas as obras realizadas para a Copa ficarão como um legado para a cidade, afirma o secretário extraordinário da Copa do Estado, Paulo Odone. O modelo a ser seguido é a Alemanha, que contabilizou um crescimento bilionário na economia durante os jogos. Duarte, o pedreiro de 36 anos, tem até a metade de 2010 para ajudar a cimentar o derradeiro tijolo da última casa do loteamento, que poderá garantir Porto Alegre entre as sedes da Copa, escolha que vale por um título.
ZERO HORA