| 07/12/2009 15h50min
O caos tomou conta de Curitiba na noite de domingo. Após o empate do Coritiba em 1 a 1 com o Fluminense, que acabou decretando o rebaixamento da equipe para a Série B, torcedores do Coxa invadiram o gramado e transformaram o Couto Pereira em um verdadeiro campo de guerra. Porém, a confusão não ficou apenas dentro do estádio. Nas ruas da cidade, terminais e pontos de ônibus, além de bancas de revistas foram depredados e a polícia teve muito trabalho para conter a violência.
Entre todos os feridos, dois torcedores estão em estado mais grave: Anderson Rossa de Moura, de 19 anos, levou um tiro na cabeça e passou por uma cirurgia durante a madrugada. Ele continua internado na UTI. Já Cleverson Heneman de Freitas, 27 anos, foi atingido por uma bala de borracha e segue internado.
O relatório final foi de 18 pessoas machucadas, sendo sete policiais. Além disso, 22 baderneiros foram presos, com 42 ocorrências ao redor do estádio, 67 no total, 33 ônibus danificados, entre eles três que continham torcedores e foram completamente destruídos, e dois terminais danificados. Entre os detidos, estão 11 pessoas que foram atendidas em hospitais.
Na manhã desta segunda, a polícia encontrou e prendeu Gilson da Silva, de 20 anos, professor de Muay Thai, que acertou o policial militar Luís Carlos Gomides com uma barra de ferro ainda no gramado do Couto Pereira.
– Através de imagens postadas no Youtube, o agressor do soldado Gomides acabou de ser preso e vai ser autuado pela agressão e por vandalismo. Temos a imagem dele com uma barra de ferro na mão indo agredir o soldado – disse o Coronel Jorge Costa Filho, comandante do policiamento da Capital.
Segurança suficiente
Em relação ao número de policiais no estádio, o Coronel Costa Filho garantiu que a segurança era o suficiente e que, no total, 700 policiais estavam trabalhando durante a partida. Além disso, foi feita uma vistoria na sede da torcida Império Alviverde, onde nada foi encontrado.
– Foram tomadas todas as medidas que poderiam ser tomadas. Estivemos com um policiamento muito reforçado, ontem nós usamos 700 policiais, inclusive o COPE estava junto na operação. De manhã, fizemos uma varredura na torcida organizada. Durante a tarde nós fizemos uma varredura em toda região e praticamente não houve tumultos antes do jogo – explicou ele.
– Quando estava acabando o jogo entrou uma linha de policiais que ficou na lateral do campo, para prevenir a saída dos árbitros e dos jogadores. Tínhamos a informação de que o Coritiba teria disponibilizado 240 seguranças contratados, mas que infelizmente não deram conta – completou.
O secretário da Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari, também afirmou que foi feita uma segurança maior do que o normal na partida:
– A Polícia armou um fortíssimo esquema de segurança, praticamente o dobro de toda uma operação daquele porte. Policiais estavam trabalhando na cidade, no estádio, dentro do estádio. Somente no gramado tínhamos cerca de 50 policiais, ou seja, estávamos preparados.
Confusão pode ter sido planejada
O Delegado Titular do Cope, Miguel Stadle, afirmou que a briga generalizada já poderia estar programada em caso de queda do Coritiba. Segundo Stadle, na viagem do Coxa para Belo Horizonte, onde o clube enfrentou o Cruzeiro, alguns torcedores teriam combinado este tipo de confusão.
Um dos líderes da torcida organizada Império Alviverde, Luiz Fernando, está sendo interrogado sobre isso.
– Ele está sendo interrogado, tendo em vista de que informações dão conta de que em uma viagem para Minas Gerais, onde alguns ônibus levavam torcedores, esses torcedores teriam discutido sobre fatos que vieram a culminar na tarde de ontem com essas agressões e atos de vandalismo – declarou o delegado.
LANCEPRESS