| 10/11/2009 06h08min
Um consenso começa a se desenhar nos corredores da direção do Beira-Rio: fora da briga pelo título e com o iminente fracasso na classificação à Libertadores, cresce a conclusão de que a apressada contratação de Mário Sérgio acabou sendo um equívoco.
Otécnico-tampão chegou ao clube sem conhecer o grupo. Nos primeiros dias, abasteceu-se de informações de amigos e de jogadores com quem já tinha maior contato.
Na chegada a Porto Alegre, Mário Sérgio chamou o Inter de “seleção”e disse que seria campeão brasileiro. Mas acabou atropelado pelos fatos: o desempenho é pior do que o de Tite no Brasileirão, a escalação de dois centroavantes (Alecsandro e Kardec) na derrota em casa para o Botafogo só trouxe críticas, a falta de diálogo com os homens do futebol o isolam no cargo (o técnico já foi chamado de “arrogante” nos bastidores). A falta de convicção da direção em seu freelance no Beira-Rio, porém, será admitida somente após o campeonato.
– A contratação do
Mário Sérgio não foi um erro nem um
acerto. Esta resposta poderá ser dada só ao final do Brasileirão – afirmou o vice de futebol, Fernando Carvalho, tentando rebater as críticas.
A quatro jogos do final do ano, a ordem é blindar Mário Sérgio – com as colaborações de Vitorio Piffero e de Giovanni Luigi, dirigentes que criticaram abertamente o desempenho do time nos últimos jogos. Por exemplo: desconversaram sobre a curiosa entrevista do técnico após o empate em Barueri. Alegaram desconhecer o teor da coletiva.
Para justificar Mário Sérgio, Carvalho explicou-se buscando exemplos em outros clubes:
– O Mário tem aproveitamento pior que o do Tite, é verdade, mas o Muricy também tem desempenho abaixo do Jorginho, no Palmeiras. Só Andrade (no Flamengo) e Ricardo Gomes (no São Paulo) melhoraram os times com relação aos técnicos anteriores. Apenas eles.
Os culpados
Caso não se classifique à Libertadores, o Inter já elegeu os três
jogos que detonaram a campanha: as derrotas para Corinthians e
Botafogo, além do empate com o Atlético-PR. Em comum, o fato de que todas as partidas foram disputadas no Beira-Rio. A diferença: uma delas foi com Tite (Corinthians), as outras duas estão na conta de Mário Sérgio.
Libertadores
Mesmo que não vá à Libertadores, o Inter não reduzirá o investimento no futebol. A folha, que hoje é de quase R$ 4 milhões mensais, será mantida alta. A ideia é contar com um time forte, em condições de ganhar a Copa do Brasil e, ainda no primeiro semestre, obter a vaga à Libertadores de 2011. Mesmo sem o aporte financeiro gerado pela Libertadores, os R$ 40 milhões de superávit previsto para 2009 garantirão uma poupança para o futebol em 2010.
O técnico chega a Porto Alegre depois de empatar com o Barueri e se complicar na tabela
Foto:
Arivado Chaves