| 31/10/2009 03h40min
Pode-se dizer que é um novo Inter o que enfrentará o Botafogo. Nunca, desde o começo da temporada, dois centroavantes de ofício repartiram espaço na área, como acontecerá amanhã, no Beira-Rio.
Ou eram dois de velocidade, caso de Taison e Nilmar, ou um nove legítimo e outro de movimentação. Desta vez, Alecsandro terá um parceiro de 1m87cm que ainda não parou de crescer, como atestam os médicos, e chuteira número 44: Alan Kardec.
Não será por falta de presença de área que o Inter deixará de vencer o Botafogo, em um jogo no qual criou-se um consenso no Beira-Rio: empate ou derrota liquidam com a tênue esperança de título e complica tudo no G-4. O experiente Fabiano Eller oferece uma boa síntese:
– Desta vez, se não ganharmos, deu para a nossa bola.
Mário Sérgio decidiu a dupla de centroavantes, não definiu o esquema: se 4-4-2 ou 3-5-2. Os jogadores estão escalados e anunciados. Muda só o posicionamento, dependendo do desenho tático. No
4-4-2, Eller é lateral-esquerdo e Kleber, meia.
No 3-5-2, Eller e Kleber retornam a suas posições originais, na zaga e na ala esquerda.
– Quero mais gente na área. Estamos só com o Alecsandro ali e o resto chegando detrás da linha da bola. Inclusive, quero os dois o máximo possível na área, sem a preocupação de um se movimentar pelo lado. Quero força na hora de fazer o gol – disse o técnico, explicando a saída de Taison.
Alan Kardec esbanjou tranquilidade ao falar da primeira chance de sair jogando no Inter. E o motivo da confiança é o mesmo que fez Mário Sérgio optar por ele: a precisão no cabeceio.
Desde que foi contratado, o técnico constatou um defeito grave para um time que sonha com o título: trata-se da ineficiência aérea de ataque, sobretudo nos escanteios e nas cobranças de falta. Cuja primeira experiência, durante 40 minutos no segundo tempo na derrota para o São Paulo por 1 a 0, deu certo.
Com Alecsandro e Alan Kardec dentro da área, o Inter empurrou o São Paulo para a
defesa. É o que o Inter planeja repetir diante
do Botafogo, só que desde o início.
– Para nós, este jogo contra o Botafogo virou final de Copa do Mundo. Para ainda pensar em título, precisamos vencer todas em casa, no mínimo. E no domingo (amanhã) nosso desafio é em casa – resumiu Mário Sérgio, ao justificar o primeiro ataque com dois camisas nove do Inter nesta temporada.
Centroavante não entende o Allan Kardec espírita
Alan Kardec, novidade do Inter para enfrentar o Botafogo, neste domingo, no Beira-Rio, não se chama Alan Kardec Júnior. O seu pai, sim: este é apenas Alan Kardec. O nome, claro, é uma homenagem dos avós ao pedagogo e matemático francês Allan Kardec, criador da doutrina espírita, que acredita na reencarnação.
O centroavante do Inter, entretanto, não faz a mínima ideia do que seja o espiritismo. Chegou a ganhar, certa vez, o Livro dos Espíritos, considerado o marco de fundação do espiritismo, de autoria de Hippolyte Léon Denizard Rivail (Allan
Kardec era o seu pseudônimo).
– Não entendi
nada – brincou o atacante do Inter.