O piloto Nelsinho Piquet falou pela primeira vez sobre o acidente que provocou no GP de Cingapura de Fórmula-1 do ano passado na noite deste domingo, em entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo. Arrependido da farsa que tornou remotas suas chances de voltar à Fórmula-1, o brasileiro revelou detalhes do acontecimento e, apesar de não ser punido pela FIA, disse ter sido o mais prejudicado.

– Fui o mais afetado nessa história. Na verdade, o maior punido fui eu. Tudo bem, o Flávio foi banido e o Pat teve uma punição de cinco anos, mas minha carreira acabou, foi bastante prejudicada. Foi um grande erro. Eles me pegaram num momento fraco. Havia pessoas na sala em que eu confiava. Foi uma coisa em que eu errei – lamentou o brasileiro.

Nelsinho lembrou do dia em que, segundo ele, Flavio Briatore e Pat Symonds o chamaram para propor o acidente. Segundo ele, o local e o momento da batida foram determinados pelo chefe da equipe e o engenheiro. A conversa teria acontecido no dia da prova.

– Eles me chamaram para conversar, não estavam muito confortáveis com a situação. Mas precisavam e queriam muito que isto acontecesse. O Flavio sabia que estava numa situação delicada. Havíamos brigado o final de semana inteiro por causa de um contrato que eu e meu pai não estávamos aceitando. Ele sabia que eu não estava nos meus melhores dias quanto ao emocional – disse o piloto.

Um dia antes, Nelsinho havia tudo um desentendimento com Briatore porque ele e o pai, o tricampeão de Fórmula-1 Nelson Piquet, não concordaram com os termos do contrato apresentado pelo chefe da Renault. Isto deixou o piloto nervoso no momento em que recebia a proposta.

– A situação tinha ficado bem chata na equipe porque eu não tinha aceitado o contrato que o Flavio queria que eu assinasse. Então ele gritou, brigou. A coisa ficou bem feia e fiquei bem preocupado. Tive problemas com o carro na classificação. Estava bem abalado. Nas entrelinhas eles queriam dizer: "faça isto (o acidente) pela equipe que a gente vai te ajudar" – contou Nelsinho.