| 14/09/2009 04h42min
Nada mal para quem, em março, foi adjetivado de o pior atacante do mundo pelo jornal espanhol Mundo Deportivo. Com o gol de ontem, o segundo da vitória do Grêmio contra o Náutico, o pacato Jonas, 25 anos, chegou a 12 e agora divide com Adriano a condição de goleador do Brasileirão. O que não é pouca coisa, considerando-se que o centroavante do Flamengo é candidato a uma vaga no time de Dunga para jogar a Copa do Mundo de 2010.
Voltemos a março. A jocosa observação do Mundo Deportivo foi feita após Jonas desperdiçar três chances de marcar gol em um único lance contra o Boyacá Chicó, em Tunja, pela Libertadores. Exibida pelo YouTube, a cena correu o mundo. E, ontem, foi lembrada por um jornalista durante entrevista concedida por Jonas dentro do campo, com os refletores do estádio desligados.
– Não tenho que falar nada sobre aquilo, foi um fato isolado. Não tenho que ficar agradando ninguém ou dar resposta para todo mundo. Fiquei chateado, mas sei de minhas
qualidades – respondeu o atacante,
num tom indignado, que destoa de seu comportamento habitual.
Com o gol de ontem, Jonas também vê aumentada a chance de chegar a 30 na temporada. Até agora, são 22. E, embora não admita, começa a materializar o sonho de ser o goleador do Brasileirão. Em agosto, uma de suas justificativas para recusar oferta do AEK, da Grécia, foi a de terminar o ano como um dos principais goleadores do país.
– Voltei no início de 2009 determinado a fazer um ano diferente aqui no Grêmio – fala o jogador. Contratado em 2007, Jonas havia sido emprestado à Portuguesa em 2008. Voltou agora e teve que buscar seu espaço em disputa com os argentinos Maxi López e Herrera e Alex Mineiro, hoje no Atlético-PR.
Ontem, convocado pelas emissoras de rádio a descrever seu gol, em que iniciou a jogada com um chapéu sobre o zagueiro Cláudio Luiz, atribuiu os méritos a Tcheco, “pelo passe inteligente, por cima do marcador”.
Para o técnico Paulo Autuori, o atacante
representou bem a força mental com que toda a equipe
entrou em campo nos Aflitos.
Também o diretor de futebol Luiz Onofre Meira não economiza elogios ao jogador.
– Jonas supera qualquer dificuldade por sua determinação. O que ocorreu em Recife foi um prêmio por seu trabalho – observa o dirigente.