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 | 31/08/2009 05h30min

Grêmio e Inter: um tem pesadelo, o outro sonha

Diogo Olivier, colunista online  |  diogo.olivier@zerohora.com.br


Esta coluna amanheceu o domingo de calor insuportável afirmando que a rodada seria definidora para Grêmio e Inter no Campeonato Brasileiro. E amanhece na segunda-feira constatando que, de fato, foi o que aconteceu. No Inter, para o bem. No Grêmio, para o mal.

Falo de título. Porto Alegre abriga dois campeões mundiais. E o que se espera de dois campeões mundiais? Que disputem as competições nacionais de seu país para erguer a taça. Vaga na Libertadores é importante, mas sempre será consolação diante do objetivo maior — ainda que uma bela consolação.

Ao empatar em 3 a 3 com o Botafogo, o Grêmio entra a semana em 9º lugar, com 32 pontos. Distante nove pontos do líder e fora até do G-4. O Inter, ao golear o vice-líder Goiás por 4 a 0 com Fernandão e tudo, pula da 4º para a 3º colocação e, se vencer o o jogo atrasado contra o Atlético-MG na quarta-feira, no Beira-Rio, fica a um ponto do Palmeiras.

O Grêmio tinha nas mãos uma chance única de ganhar pela primeira vez fora de casa no campeonato. O Botafogo é quase inquilino da zona do rebaixamento, a média de público no Estádio Engenhão é de apenas 10 mil pessoas (pressão zero, portanto), o técnico Paulo Autuori teve a semana inteira para trabalhar e, por fim, o adversário se desgastou no meio da semana pela Sul-Americana.

Nem assim o Grêmio conseguiu. Empatou em 3 a 3 e teria perdido se não fossem dois erros de arbitragem a seu favor. Houve o pênalti não marcado de Adílson e um gol irregular de Jonas, originado de um cruzamento de Mário Fernandes com a bola fora de campo. No Olímpico, o meio-campo do Grêmio rosna feito pastor alemão. Longe dele, pia feito andorinha, por algum motivo insondável.

O Inter deu esperança aos seus torcedores. Não pelos 4 a 0 no Goiás. Mas pela forma como a vitória foi construída. O técnico Tite trouxe um fato novo quando o panorama era o pior possível para escalar a equipe. Cheio de desfalques (Alecsandro, Taison, D'Alessandro, Sandro, Sorondo), ele abriu mão do ultrapassado losango de meio-campo e remontou o time no 3-5-2. 

Mesmo antes de Fernandão ser expulso, aos 13 minutos do primeiro tempo, o Inter já vencia por 1 a 0 e comandava o jogo. Com Bolívar de líbero, mais Índio e Fabiano Eller saindo pelos lados com qualidade, o esquema não ficou retrancado. Melhorou a marcação. O jogo fluiu melhor. E, de quebra, o Beira-Rio ganha mais um candidato a ídolo feito em casa: Marquinhos, 19 anos, meia-atacante clássico.

A gangorra, que andava quebrada, com a Dupla Gre-Nal disputando com força Libertadores, Copa do Brasil e, de certa forma, também o Brasileirão, agora dá o ar de sua graça.

Neste momento, o Grêmio está em baixa. E o Inter, em alta.



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