Diogo Olivier, colunista online
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diogo.olivier@zerohora.com.br
Nelson Antoine, AE
Depois da vitória de ontem por 2 a 0 sobre o Santo André naquele campo onde o Freio de Ouro da Expointer poderia ser realizado sem prejuízo algum aos cavalos, no ABC paulista, há um pergunta para ser respondida. O que aconteceu com o Inter, que da crise aguda ressurgiu com quatro vitórias seguidas (Barueri, Copa Suruga, Sport e ontem)? Bem, são duas as respostas. A primeira, um tanto óbvia.
O vice de futebol Fernando Carvalho arrombou a porta do
vestiário, aumentou o tom da voz, afastou D'Alessandro e Magrão por uns tempos, multou Índio, exigiu mudança de atitude e reforçou a autoridade
de Tite. Funcionou: Andrezinho se firmou como referência técnica, Giuliano entrou no time com todo o gás e, hoje, todos se empenham, do goleiro Lauro a Taison.
Mas há uma segunda explicação para este Inter que, mesmo com dois jogos a menos, entra domingo adentro como vice-líder do campeonato, quatro pontos atrás do Palmeiras. É a zaga. O Inter achou uma dupla de zaga: Bolívar e Sorondo.
Contra o Sport, no Beira-Rio, Bolívar voltou a ser zagueiro, deixando Danilo Silva na lateral-direita. Desde lá, não errou mais um lance sequer: por baixo, por cima, pelos lados, por onde for. Devolvido ao lugar que o fez campeão da América e cobiçado pelo mercado europeu, Bolívar teve uma ascensão impressionante. Sorondo, que já vinha bem, tornou-se ainda melhor graças a uma divisão de tarefas mais justa.
Ontem, contra o Santo André, a vitória foi da defesa. Em especial dos zagueiros. Bolívar e Sorondo tiraram todas as bolas por cima. No segundo tempo, quando o
Santo André resolveu apostar apenas na
bola aérea, os dois cresceram ainda mais. Somente uma vez a bola caiu na área do Inter, e aí foi a vez de Lauro operar um de seus milagres, tirando quase de dentro do gol.
O fato é que, contra Sport e Santo André, o Inter não vazou. A grande mudança, portanto, não é Taison recuperando o seu futebol e marcando gol, como ontem. Nem Giuliano, meia de chegada com bola e volante osso duro de roer sem ela. Muito menos Alecsandro, que segue comparecendo no placar. A diferença do Inter em crise para este, agora candidato potencial ao título, é a defesa. E não se faz defesa sem zagueiros.
Bolívar e Sorondo. Me parece que o Inter achou a sua dupla de zaga. Onde vai entrar o campeão do mundo Fabiano Eller? Não sei. É fato: com Sorondo e Bolívar, o time parou de sofrer gols. E isto tem feito toda a diferença. O Inter perdeu Nilmar, mas encontrou zagueiros.
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