| 13/08/2009 09h25min
O jovem Rafael Luz, de apenas 17 anos, é o centro da discórdia entre Confederação Brasileira de Basquete (CBB), Unicaja (ESP) e Federação Espanhola. Os europeus tentam a qualquer custo a naturalização do armador brasileiro, que joga nas categorias de base do clube, para que ele possa atuar sem empecilhos na ACB, a liga profissional da Espanha.
Como é estrangeiro, Rafael só poderia disputar a competição caso se naturalizasse, pois assim se tornaria um selecionável e não atuaria como um extra-comunitário. O maior problema é que a CBB não aceita dar o transfer (documento que permite a mudança de nacionalidade), pois aposta que Rafael tem tudo para se transformar em um dos principais jogadores da seleção brasileira.
O temor é que com a naturalização, o jogador abra mão de jogar pelo Brasil, pelo qual já disputou dois Sul-Americanos de categorias inferiores, para jogar pela Espanha.
– Não daremos a liberação de jeito nenhum, seria temerário – afirmou o presidente da CBB, Carlos Nunes.
Uma lei da Federação Internacional de Basquete (Fiba) protege a CBB. Segundo o regulamento da entidade, um jogador que já disputou uma competição oficial antes de completar 17 anos só poderá mudar de nacionalidade caso as federações dos dois países façam um acordo.
Segundo o Lancenet! apurou, o Unicaja vai esperar pelo transfer, mas caso isso não aconteça, alegará que Rafael precisa do documento por motivos de estudo. O clube, porém, não quer chegar a essa medida extrema.
Como a mãe de Rafael, Sueli, mora na Espanha, assim como a irmã Helen, o desejo da família é que a naturalização aconteça rápido. Rafael, que vive há dois anos na Espanha, não é autorizado a dar entrevistas.
Pai do jogador ameaça entrar na Justiça
A negativa da CBB em dar a liberação para Rafael se naturalizar espanhol já começa a irritar o pai do atleta, o ex-técnico Nelson Luz. Caso a entidade não volte atrás em sua decisão, Nelson promete entrar em contato com os advogados e empresários do jogador para impetrar uma ação na Justiça.
– Assim que a CBB nos enviar um documento informando que não vai liberá-lo de jeito nenhum, pretendo acionar a Justiça – disse Nelson.
O pai de Rafael, inclusive, afirmou que o Unicaja busca essa liberação há dois anos, quando Gerasime Bozikis, o Grego, ainda era presidente da Confederação Brasileira.
– Faz tempo que estamos brigando por isso. Grego disse que ia liberar. Depois, entrou Carlos Nunes e agora estão enrolando. Pelo jeito, querem receber dinheiro para deixar Rafael jogar lá – afirmou.
Nelson espera que a situação se resolva até o dia 10 de outubro, quando terá início a Liga ACB.
LANCEPRESS
Carlos Nunes (E): Não daremos a liberação de jeito nenhum, seria temerário
Foto:
Mário Brasil, arquivo - 20/04/2004