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 | 06/08/2009 18h04min

Por dúvida de desembargador, decisão sobre máfia do apito é novamente adiada

Dois pedem arquivamento, e terceiro tem até terça para dar um parecer

Após os desembargadores Fernando Miranda e Francisco Menin votarem a favor do arquivamento do processo da "máfia do apito", nesta quinta, Christiano Kuntz pediu o prazo até a próxima terça para tomar uma decisão. Assim, ele poderá pedir a continuidade da sessão na próxima quinta, e dar seu voto, ou pedir que o processo seja retirado da pauta por tempo indeterminado.

A indecisão de Kuntz dá esperanças ao Ministério Público de tentar punir os responsáveis pelo esquema de manipulação de resultados no futebol brasileiro. No entanto, ainda que o desembargador vote pela continuidade do processo e pela condenação dos envolvidos, será preciso mudar a decisão de um dos outros dois, que já pediram o arquivamento. O mais provável é que o caso seja encerrado sem punição para os réus.

– É muita coisa em um caso de tamanha repercussão. Preciso de um tempo para reler todo o processo – explicou Kuntz, justificando o prazo até terça para decidir o que fará.

Fernando Miranda, que também é relator do processo, já havia votado a favor do arquivamento em uma primeira sessão. Desta vez, teve o voto acompanhado por Francisco Menin, que explicou a escolha.

– O que entendi é que os fatos narrados no processo não estão enquadrados em nenhum artigo na Lei, e todo o crime tem que ter uma interpretação com base nesta. Além disso, as possíveis vítimas de todo este caso não foram identificadas porque os times e federações não sofreram qualquer tipo de perda patrimonial – argumentou Menin.

Os desembargadores, que inicialmente haviam proibido imagens da sessão desta quinta-feira, posteriormente permitiram o registro pela imprensa no Tribunal de Justiça de São Paulo. As informações são do site Globoesporte.com.

A fraude da 'máfia do apito' consistia em um acerto de resultados com o árbitro de determinada partida, o que garantia o lucro de golpistas em apostas milionárias em sites da internet. A única punição concreta e definitiva foi o afastamento dos árbitros Edílson Pereira de Carvalho e Paulo José Danelon do quadro da CBF.

Após a confirmação da manipulação de marcações durante as partidas, o STJD remarcou 11 confrontos do Brasileirão. Na reedição dos duelos, o Inter acabou prejudicado, e o Corinthians sagrou-se campeão da competição.

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