| 28/07/2009 12h38min
A nova geração da seleção brasileira masculina de vôlei desembarcou, nesta nesta terça, no Rio de Janeiro, com o troféu da Liga Mundial 2009, conquistado no último domingo, após a vitória dramática sobre a Sérvia, em Belgrado, por 3 sets a 2. Depois de dois ciclos olímpicos vitoriosos, o time dirigido por Bernardinho foi renovado e, no primeiro grande desafio, a equipe mostrou que tem qualidade para assumir a responsabilidade.
Esta foi a oitava medalha de ouro conquistada pelo Brasil na Liga Mundial. Agora, o time brasileiro, ao lado da Itália, é o maior vencedor da competição. E a equipe verde-amarela tem tudo para superar os italianos. Dos 14 jogadores que subiram ao lugar mais alto do pódio na Sérvia, 12 tiveram passagens vitoriosas pelas seleções brasileiras de base. Ao todo, são 14 medalhas – seis de ouro, sete de prata e uma de bronze.
– Essa garotada está de parabéns. Foi uma vitória da superação. Foi mais de um mês viajando, longe da família e dos amigos, com um único objetivo. A equipe está renovada, mas continua vitoriosa. Esse novo grupo é fruto do trabalho feito nas seleções de base – declarou Ary Graça, presidente da Confederação Brasileira de Voleibol.
Dois oito títulos brasileiros, sete tiveram o mesmo comandante: Bernardinho. Assim como em 2001, o treinador formou um time que mescla jogadores experientes com jovens talentos. E, para o técnico, o espírito deste novo time está sendo criado.
– Começamos a montar o espírito coletivo deste grupo. Um espírito vencedor. Mas precisamos colocar os pés no chão e saber que temos muito trabalho pela frente – disse Bernardinho, lembrando que a equipe terá folga de uma semana e se reapresentará no próximo domingo em Saquarema.
O próximo desafio do time será o Campeonato Sul-Americano, entre os dias 14 e 21 de agosto, em Cali, na Colômbia. A competição classificará o campeão para a Copa dos Campeões, em novembro, no Japão.
O meio-de-rede Lucão, titular do Brasil durante toda a competição, fez questão de destacar a responsabilidade dos novatos.
– Foi uma experiência emocionante. Foi a primeira final da maioria dos jogadores desse grupo. Chegamos na Sérvia querendo saber em que nível nós estávamos e saímos de lá com o título. A primeira vitória diante de Cuba foi marcante pois provou que estávamos prontos para disputar esse título. Durante os outros jogos, o time amadureceu e viu o seu verdadeiro potencial – destacou o central.
Outro destaque brasileiro foi o oposto Leandro Vissotto. Na final, o atacante travou um duelo particular com a estrela da Sérvia, o também oposto Miljkovic. No final, mais uma vitória verde-amarela. Vissotto marcou 29 pontos, um mais do que o sérvio.
– Foi um título muito gratificante. Uma conquista para ficar na memória de todos – disse o atacante.
A vitória ficará para sempre na memória dos jovens jogadores, mas para um deles teve um gosto especial - o ponteiro Thiago Alves conquistou a medalha de ouro no dia do seu aniversário.
– É muita emoção. Até mesmo o Giba, que é um dos mais experientes do grupo e que participou de sete das nossas oito conquistas, disse que não lembrava de um jogo com tanta pressão como foi essa decisão. Suportamos tudo. Mas trabalhamos muito para isso. Acredito que o sucesso do segredo deste grupo do Brasil é o trabalho. Somos a equipe que mais treina no mundo – destacou.
Um dos ícones dessa nova geração, o levantador Bruno revelou que a pressão na final foi grande.
– Nunca havia jogado com 22 mil pessoas torcendo contra. Jogamos contra tudo e contra todas. Mas foi a vitória da superação. Mesmo quando estávamos perdendo no tie-break por 8 a 5 soubemos manter a cabeça no lugar e ter paciência para virar o placar – disse o levantador.