| 27/07/2009 05h10min
Daniel Marenco, 25/7/2009
Quem primeiro levantou a questão, com alguma coragem até, foi Souza (na foto, comemorando o seu gol memorável por cobertura). Após a vitória sobre o Santo André, ele arriscou um diagnóstico para os impressionantes 5,5% de aproveitamento fora de casa. Com se sabe, no Olímpico este percentual é de 83%, o que significa o seguinte: longe de Porto Alegre, o Grêmio briga para não cair. Diante de sua torcida, ao contrário, é candidato vigoroso ao
título.
Ao analisar esta esquizofrenia futebolística, o motor azul afirma que o Grêmio exagera ao tentar jogar do mesmo jeito como mandante e
visitante. E, por isso, perde tanto fora (cinco derrotas em seis partidas).
Fora, o Grêmio deveria ser um pouco mais paciente, retraído, cuidadoso, ir com menos sede ao pote. Ontem, no Bate-Bola, da TV COM, Adílson foi pelo mesmo caminho. Pedi a ele que opinasse sobre a fórmula Souza. A resposta do volante, cujo crescimento sob o comando de Paulo Autuori é notório:
— É uma boa análise esta, do Souza. O jogo fora de casa, digam o que quiserem, nunca é igual ao jogo em casa. Tem certas particularidades. Às vezes, esperar um pouco mais é importante. Mas o professor vai saber nos dizer como deve ser.
O que Souza e Adílson estão dizendo, com todo o cuidado e parcimônia, é que será preciso perder a vergonha de se retrancar de vez em quando.
Especialmente agora, que acabou a moleza. O Grêmio deixou de somar pontos contra adversários
mais fracos do que ele, como Coritiba, Sport, Avaí e Fluminense. Agora terá de se recuperar
em clássicos no Morumbi (quarta-feira) e Parque Antártica (no dia 9 de agosto). Isso só para começar. Terá de manter as vitórias no Olímpico, e no próximo domingo tem o Cruzeiro pela frente.
Então, Souza e Adílson querem ver o Grêmio menos ousado nas passagens das laterais, para evitar as bolas às costas. Um meio-campo mais reticente na hora propor o jogo, quem sabe apostando no contra-ataque com Herrera e Maxi López. Eles querem o time mais fechado fora de casa.
Algo assim como um temperinho Celso Roth no prato de sabor refinado que Autuori vai compondo a cada rodada.
É a formula Souza para ganhar fora de casa, com o aval de Adílson. E você o que acha? Concorda? O que fazer longe do Olímpico?