| 13/06/2009 05h10min
Curiosa a rodada de amanhã para Inter e Corinthians. É Brasileirão de pontos corridos, e neste sistema todo o jogo tem o mesmo peso. Ganhar do Pirapó rende o mesmo na tabela que golear uma hipótetica seleção formada por Barcelona e Manchester United ainda com Cristiano Ronaldo e suas sobrancelhas aparadas. Mas a rodada vale pouco, quase nada, para colorados e corintianos. Vou além: só tem uma utilidade. As projeções para a largada da decisão de quarta-feira, no Pacaembu, quando a Copa do Brasil começa a ser decidida.
Aí está o que realmente importa. Comecemos pelo Corinthians, que enfrenta o Goiás. No Serra Dourada, a atenção — inclusive a do Inter — estará voltada para ele: Ronaldo.
A escalação de Ronaldo faz parte do plano de recondicionamento montado por
Mano com o objetivo de tirar o máximo dele na quarta-feira. Após um
início formidável no Corinthians, o Fenômeno registrou visível queda física e técnica. Desde o empate em 0 a 0 com o Vasco, que colocou o time paulista na final, ele vem trabalhando para melhorar a forma. Sua presença no Serra Dourada será fundamental para saber qual Ronaldo enfrentará o Inter. Dependendo da resposta ao calor — a previsão é de 30 graus em Goiânia — , nem volta para o segundo tempo.
Em Goiânia, Mano observará também o substituto de André Santos, que está com a Seleção Brasileira. O volante canhoto Marcelo Oliveira será improvisado na lateral-esquerda. O jogador agradou contra o Coritiba e ganha nova chance. Se repetir a boa atuação, será ele o substituto. É uma aposta. Marcelo volta após dez meses parado. Rompeu o ligamento cruzado anterior esquerdo do joelho. O local da cirurgia infeccionou. Correu até risco de amputar a perna. Foram mais três operações até o retorno.
No Inter, o mais
importante é saber como se comportarão Marcelo
Cordeiro e Alecsandro diante do Vitória, às 18h30min, no Beira-Rio.
No Couto Pereira, o substituto de Kleber foi mal. Esperava-se que a ausência sentida fosse apenas de Nilmar, em razão de algumas boas atuações de Marcelo Cordeiro com o Rolinho do Inter. Contra o Goiás, por exemplo, foi dele o cruzamento cirúrgico para o gol da vitória de Taison. Submetido a pressão, desabou de rendimento. Precisa retomar a confiança, para dizer o mínimo. Já sem Bolívar, expulso, no Pacaembu, o setor defensivo precisa da recuperação de Marcelo Cordeiro.
Mas o mais importante é Alecsandro deslanchar. A diferença para Nilmar é enorme, mas esperava-se mais dele. No Couto Pereira, Taison ficou segurando as pontas sozinho no ataque do Inter, facilitando a marcação dos zagueiros. Fiz a cobertura do jogo para ZH. Das cabines de imprensa, via-se com nitidez: quando a bola era lançada para
Taison, os zagueiros do Coritiba corriam todos na sua
direção. Às vezes os três ao mesmo tempo. Fariam o mesmo se houvesse Nilmar a repartir suas atenções? Claro que não. Portanto, Alecsandro precisa ser mais participativo.
Corinthians e Inter entram em campo pelo Brasileirão só na oficialidade, amanhã. Na prática, a rodada marca é o começo da final da Copa do Brasil. Isso sim.
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