| 05/06/2009 04h
O poeta caxiense Fabrício Carpinejar, colorado doente, mesmo fora de casa, deflagrou a final da Copa do Brasil. Na noite de quarta-feira, ele assistiu a Inter e Coritiba em meio a corintianos na Mercearia São Pedro, na Vila Madalena, São Paulo. Suportou calado a torcida paulista contra os gaúchos. Agora, com a definição da primeira decisiva no Pacaembu, dia 17, e a segunda, dia 1º de julho, no Beira-Rio, Carpinejar se sente vingado dos amigos da mercearia.
– Eles torciam pelo Coritiba na final. Queriam moleza. Pois não terão nem a final em casa: é grande a vantagem do Inter, e o título está mais próximo – prevê Carpinejar.
Assim tem sido a opinião dos colorados. Até o vice de futebol, Fernando Carvalho, conhecido por defender a primeira partida em casa, desta vez se rende à ideia de decidir dentro do Beira-Rio, com base no que pensa Carpinejar:
– Vai ser uma briga de punhal no escuro, sem raio infravermelho. Como depende do detalhe, a ajuda
da torcida é tudo.
O escritor Luis
Fernando Verissimo sofreu na frente da televisão. Não via a hora de o jogo terminar e agora considera-se confortado ao saber que a finalíssima será em Porto Alegre:
– O mau exemplo de Curitiba não pode se repetir. Se a gente segurar lá, fica tudo mais fácil, embora haja o ditado do velho filósofo, segundo o qual futebol é uma caixinha de surpresa – disse Verissimo.
Mais convicta, a apresentadora de TV, Renata Fan, torceu até na hora do sorteio de escolha dos mandos.
– O Inter saiu favorecido, como na Copa Sul-Americana e na Libertadores. É necessário garantir resultado no primeiro jogo, mas nada dispensa o opoio da torcida na tensão da finalíssima – defende.
Conselheiro colorado e deputado federal Ibsen Pinheiro usa uma regra: para times de mesmo porte, como Inter e Corinthians, o campo é decisivo. Aliás, segundo lembra, é a volta de uma final entre duas grandes torcidas.
O presidente do Clube dos 13, Fábio Koff,
quando dirigia o Grêmio na decisão da Libertadores de 1983
negociou a inversão das decisões com o Peñarol para garantir a finalíssima para o Olímpico:
– É melhor trazer uma eventual derrota de 2 a 1 para casa do que levar o 2 a 1 a favor para decidir fora.
Todos os mata-matas |
> De 2004 para cá, o Inter disputou 63 partidas no sistema de mata-mata pela Copa do Brasil, Libertadores, Sul-Americana e Recopa. Os números mostram a importância do Beira-Rio. O Inter perdeu só um jogo dos 30 disputados em casa. |
> A única derrota foi o 1 a 0, para o Estudiantes, no tempo normal da final da Sul-Americana de 2007. Na prorrogação, Nilmar fez o gol que desempatou o confronto (o Inter havia vencido o primeiro jogo por 1 a 0 em La Plata) e o time conquistou o título. |
> Excluindo as duas primeiras rodadas da Copa do Brasil – em que o mando de campo é direcionado – foram 25 adversários enfrentados no mata-mata. Das 14 vezes em que o Inter decidiu em casa, foi desclassificado apenas uma vez: para o Boca Juniors, pela Sul-Americana de 2004. Após perder por 4 a 2 na Bombonera, ficou em 0 a 0 no Beira-Rio. |
> Fora de casa, o retrospecto é menos favorável, ainda assim não é desanimador. Das 11 vezes em que decidiu fora de casa, o Inter passou em sete e saiu em quatro. A última eliminação foi para o Sport, pela Copa do Brasil de 2007. Havia vencido em casa por 1 a 0, mas não manteve a vantagem na Ilha do Retiro – perdeu por 3 a 1 e caiu nas quartas de final. A derrota para o Coritiba serviu para passar à final. |
A torcida recepcionou a delegação do Inter após a passagem à final da Copa do Brasil: primeira decisão será dia 17
Foto:
Fernando Gomes