| 25/05/2009 05h07min
Aos 56 anos, o carioca René Simões completa hoje um mês neste retorno ao Coritiba. Depois de recolocar o time na Série A em 2007, ele voltou para assumir a missão de dar um título no ano do centenário do clube. A Copa do Brasil virou o sonho de consumo da hora. Ontem, com alguns reservas, o Coritiba saiu perdendo para o Avaí, na Ressacada, virou para 2 a 1 e cedeu o empate no segundo tempo.
Para quarta-feira, René admite ser preciso tirar uma diferença gigante entre Inter e Coritiba para chegar à final. Para ele, seu time e o Vasco são os azarões das semifinais. Mas ele avisa:
– Acreditem nos azarões. Eles existem.
Zero Hora – O Inter é o grande desafio do Coritiba?
René Simões – Todo mundo tem um Inter na sua vida. Aquele obstáculo que você acha que é muito grande, intransponível. Depois que você o supera vê que não era tão grande. Isso é no trabalho, nos relacionamentos, em
qualquer relação. Não é nenhum absurdo dizer que o Inter é um
bicho-papão. Até porque ninguém conseguiu vencê-lo. Parece que perdeu um jogo só no campeonato (ganhou invicto o Gauchão) e para o União-MT, se não me engano, estava com time misto, não é?
ZH – Perdeu apenas para o União, com os titulares. É sua única derrota em 2009.
Simões – Então, tudo que se diz do Inter corresponde aos dados. Uma equipe fortíssima, tanto é verdade que tem dois jogadores convocados para a Seleção merecidamente. Fosse o Guiñazu brasileiro, estaria na Seleção também. É uma equipe que tem de ser olhada com muito carinho, não se preocupa só em marcar, mas também em roubar a bola, sair com muita velocidade e se compacta muito bem. Uma equipe extremamente moderna. Merece o rótulo que tem, a posição em que está. Mas, o que é bom no futebol: o Inter não é imbatível.
ZH – As dificuldades que o Inter teve contra Corinthians e Flamengo servem de base?
Simões – Se
fosse basquete ou vôlei, dava para esquecer, o Inter seria campeão. Não
tem jeito. Mas é futebol. Você fecha o tempo todo, faz um contra-ataque, um gol ou joga com mais lentidão, mais velocidade. O futebol é bonito por isso. Te permite sonhar. Vamos correr atrás do sonho.
ZH – Quem perde mais no primeiro jogo? Inter sem Guiñazu ou Coritiba sem Marcelinho Paraíba?
Simões – Coritiba sem Marcelinho. Muito mais. Se você olhar quem joga ao redor do Guiñazu, verá quem são. Se olhar do lado do Marcelinho, verá quem são. O Marcelinho realmente é o cara do Coritiba. A gente perde muito.
ZH – Mas ele estará de volta na partida decisiva. O Inter virá desfalcado de Nilmar e Kleber.
Simões – Vamos sonhar que é possível. É difícil. O Tite faz um trabalho fantástico. Conheço muito bem o Fábio (Mahseredjian), o time está voando fisicamente. Está tudo certo, tudo encaixado para o Inter.
ZH – Como o Coritiba pode surpreender o
Inter?
Simões – Nem sobre tortura eu diria. Vou dizer o que farei aí?
ZH – O caminho é sair do Beira-Rio com, pelo menos, um empate?
Simões – O caminho é fazer com que o jogo seja de 180 minutos. O Vitória não conseguiu isso com o Vasco. Foi decidido em 90 minutos. A decisão tem que ser no Couto (Pereira). Isso é o fundamental
ZH – O Coritiba é o azarão da Copa do Brasil?
Simões – Nós e o Vasco. Seríamos, sim. Mas acreditem nos azarões. Eles existem.
Próximo jogo:
Copa do Brasil
Inter x Coritiba
Data: 27/05 - quarta-feira
Local: Beira-Rio, Porto Alegre
Horário: 21h50min
Transmissão: a confirmar
Ingressos: Arquibancada inferior - R$ 30; arquibancada superior - R$ 40; cadeira - R$ 70. Idosos, estudantes e sócios da modalidade Campeão do Mundo têm 50% de desconto.
Para Renê Simões (na foto, quando treinava a Jamaica), seu time e o Vasco são os azarões das semifinais da Copa do Brasil
Foto:
Diego Redel, BD - 05/03/2008