| 24/05/2009 16h30min
O italiano Flavio Briatore, diretor da Renault, disse que o britânico Max Mosley, presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) não concordou em estender o prazo de inscrição para a próxima temporada da Fórmula 1.
Os diretores das equipes têm feito várias reuniões em Monte Carlo para definir uma posição quanto ao novo regulamento da categoria para 2010. Segundo Briatore, as escuderias chegaram a pedir um prazo maior para as inscrições, que vão até o dia 29.
— Pedimos que a data final de inscrição fosse atrasada e Mosley não concordou. Até agora, só a equipe Campos se inscreveu. Pedimos mais 15 dias, um mês. Em todos os anos, as inscrições foram feitas em novembro. Este ano, escolheram o dia 29 de maio de improviso. Não compreendemos a necessidade disso, pois se uma escuderia quer entrar na F-1, estará pronta em maio e em novembro — afirmou.
De acordo com o diretor da equipe do brasileiro Nelsinho Piquet, as escuderias vão enviar uma
carta a Mosley para "falar sobre os
pontos que ainda precisam ser esclarecidos".
— O importante é que a carta foi assinada pelos representantes de todas as equipes. Espero que Mosley se dê conta de nossa unidade — disse.
Briatore disparou contra uma eventual entrada de equipes menores na categoria. Elas seriam atraídas pelo teto orçamentário que a FIA pretende implantar.
— Estamos desvalorizando a F-1. Não é possível que equipes da GP2 possam correr conosco. Estamos desvalorizando a imagem da F-1 e a tecnologia. Não entendo a pressa para mudar esta situação. Com um regulamento normal, acho que nenhum construtor vai se retirar. Nós queremos continuar na F-1. É nosso objetivo e acho que deve ser o da FIA também — afirmou.
O italiano expressou sua insatisfação com o que vem sendo chamado de regulamento duplo.
— A F-1 deve ter um regulamento para todos. Quem quiser entrar, deve ter as mesmas condições que todos, como a Force India quando chegou. Se as
escuderias novas quiserem entrar nas mesmas condições, ter o
mesmo regulamento, ficaremos contentes. Ainda há espaço para duas equipes, mas que não venham para ter carros com 50 kg a menos, aerofólios flexíveis, motor de 20 mil giros — disse.
— Não podemos ter uma F-1 com um pouco de Fórmula 2 e um pouco de GP2. As equipes pequenas devem se tornar grandes com base nos resultados. Eu comecei com uma equipe pequena, a Benetton. Tínhamos um regulamento claro e enfrentávamos McLaren e Ferrari. Fomos campeões em 1994 e 1995 com um orçamento 80% menor e não pedimos um regulamento diferente — acrescentou.
Proprietário do Queens Park Rangers, da Inglaterra, Briatore recorreu ao futebol para explicar seu ponto de vista.
— Quando uma equipe chega à F-1, tem que ser igual às outras, como no futebol. Seria como o Real Madrid ter 11 jogadores ao encarar uma equipe inferior, que entraria em campo com 14. Isso não faz nenhum sentido — concluiu.